O diretor ganhador do prêmio da Academia Gore Verbinski (“Rango”, “Piratas do Caribe”) volta a trabalhar com o produtor Jerry Bruckheimer e com o ator Johnny Depp dirigindo a mais nova aventura do trio. A ideia de fazer “O Cavaleiro Solitário” germinou há muitos anos, mas Gore Verbinski não ficou empolgado com a ideia até ver a abordagem de Johnny Depp para Tonto. “Johnny me mostrou uma foto que ele havia tirado dele vestido como Tonto com um pássaro na cabeça”, recorda-se Verbinski. “Ele me perguntou se eu queria voltar e trabalhar neste projeto. Era uma imagem realmente muito boa, então eu comecei a pensar nisso pra valer.”
P: O que torna O Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger) empolgante de se fazer?
R: Eu cresci nos anos 1970, então o Cavaleiro Solitário para mim era muito simples e bidimensional. Então o que me interessou foi a ideia desta história do índio norte-americano com um ranger, e a colisão de seus mundos e eles meio que ficando presos um ao outro nesta jornada.
Foi a ideia de fazer a história deste relacionamento. Nós todos conhecemos a história do Cavaleiro Solitário, mas eu acho que contá-la especialmente a partir da perspectiva do Tonto foi muito interessante para mim. Assim que eu tive essa ideia e disse, “certo, esse é o caminho correto”, particularmente com Johnny, sabendo que Johnny ia interpretar Tonto, eu achei que tinha que torná-lo relevante. Eu acho que na nossa versão do Cavaleiro Solitário poderíamos questionar quem é o verdadeiro assistente. É Tonto ou o Cavaleiro Solitário? Eu adoro Dom Quixote, então a ideia de contar a história de Dom Quixote a partir do ponto de vista de Sancho Pança sempre me interessou.
Assim que tivemos Johnny como Tonto e a história decidida, nós voltamos para o Cavaleiro Solitário e para estabelecer quem ele é. A escolha de Armie Hammer para o papel foi realmente a solução para isso. Tentávamos encontrar um personagem tipo Jimmy Stewart preso num filme de Sam Peckinpah, por assim dizer. Em O Homem que Matou Liberty Valance (Liberty Valance) Jimmy Stewart está caminhando pela rua com sua pistola porque ele acredita em algo. Nós queríamos que o nosso Cavaleiro Solitário tivesse esse sistema de crença e então colidisse isso num mundo cinzento no qual qualquer coisa pode ser comprada, inclusive a justiça.
Depois torná-lo parceiro de Tonto e deixar as leis dos homens versus as leis da natureza darem forma a esse relacionamento. Os personagens se complementam e se tornam completos. Então isso foi realmente o que me interessou sobre contar essa história.
P: Você é fã de faroestes?
R: Sim, sou um grande fã do gênero. Eu entrei no ramo da narrativa ao assistir a Leone e Peckinpah quando eu era criança. Era quase um fruto proibido e eu sempre fui fascinado por esse mundo. Sair de fato com os cavalos, os trens, a cavalaria e os comanches é realmente fantástico.
P: A ideia de fazer O Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger) chegou a você durante a realização de Piratas?
R: Sim. Estávamos em uma praia em algum lugar, acho que foi em Piratas 2, e Terry Rossio e Ted Elliott [roteiristas] estavam falando sobre obter os direitos para o Cavaleiro Solitário e apresentar a Jerry Bruckheimer. Jerry gostou da ideia e eles estavam muito apaixonados pela ideia. Então, eu falei com Johnny, “Por que você não interpreta Tonto?”. Aí sim poderia ser interessante para mim. Nós meio que conversamos um pouco sobre o assunto, mas nada muito sério. Jerry ainda não tinha os direitos, então Johnny começou a pensar em Tonto e começou a fazer Rango. Ted e Terry escreveram alguns rascunhos.
Quando estávamos fazendo Rango, Johnny me mostrou uma foto que ele havia tirado dele vestido como Tonto com um pássaro na cabeça. Ele me perguntou se eu queria voltar e trabalhar neste projeto. Era uma imagem realmente ótima, então eu comecei a pensar em fazer o filme de verdade. O personagem estava lá, mas qual seria a história? Então contratamos o roteirista Justin Haythe, e eu e ele partimos para encontrar a história. Eu realmente queria contá-la a partir da perspectiva de Tonto. Então tínhamos um Tonto de cem anos contando uma história a um menino e foi esse o nosso ponto de acesso à história, utilizando este narrador indigno de confiança.
A partir daí, a história começou a tomar forma. Nós trabalhamos no roteiro por 18 meses e depois levamos a Jerry e aos outros, e todos ficaram empolgados.
P: Por que a escolha de tanta ação ao vivo para o filme?
R: Todos conhecem os arquétipos e os personagens do faroeste Eles não são discos voadores ou robôs gigantes; nós não estamos criando um mundo que nunca foi visto. Estamos criando um mundo que as pessoas já conhecem. Nós sabemos como os cavalos são, sabemos a rapidez com que galopam, e sabemos como são motores a vapor. Nós conhecemos bem aquela realidade. Então era importante manter a honestidade. Então a ideia de usar tela verde e filmar não era a que queríamos fazer. Você consegue um desempenho diferente quando coloca atores em cima de um trem a mais de 60 quilômetros por hora do que se estivessem diante de uma tela verde com um ventilador no rosto.
Não há poeira, não há calor, não há vento, então você age de modo diferente e atua de modo diferente. Eu não queria que fosse um ambiente artificial.
P: Então é uma volta à forma como os faroestes costumavam ser filmados.
R: É uma arte perdida. Quando faziam centenas de faroestes, havia um acesso tremendo aos dublês que sabiam como cair dos cavalos e fazer todas aquelas coisas. Os caras hoje precisam reaprender essa arte perdida. Se tem uma cena que você já viu em centenas de outros filmes onde alguém precisa saltar de um cavalo para um trem, você apenas aceita isso como característica do gênero e precisa fazer. Mas quando você parte de fato para fazer isso, na verdade é algo realmente muito perigoso. Não só perigoso, mas muito difícil de conseguir também, então você passa a respeitar o que esses grandes cineastas de faroestes muitas vezes tiveram que passar.
P: Por que decidiu construir sua própria ferrovia para o filme?
R: Nós não podíamos simplesmente usar qualquer trilho de trem que quiséssemos. Os trilhos de trem que existem estão sendo usados e não podemos simplesmente bloqueá-los. Eles ainda transportam mercadorias. Então, nós começamos analisando a quantos trilhos diferentes poderíamos ter acesso em momentos diferentes, e então teríamos que mover todas para as diferentes locações junto com nossos trens. Logo ficou claro que devíamos construir os trilhos de que precisávamos. Em Colby nós íamos construir apenas um trilho no formato de ferradura e fazer muitas cenas lá. A única limitação para isso foi quando tínhamos que ter cavalos ao lado dos trens, nós precisávamos ter a situação sob controle. Então nós temos que ter os trilhos para que possamos controlar a circulação de outros trens por eles, nenhum outro trem deverá passar por eles.
P: Fale sobre a abordagem de Johnny Depp para o personagem Tonto.
R: É simplesmente o que Johnny faz. Ele cria esses personagens estranhos e desconcertantes. A única coisa que eu diria que é diferente neste filme é que ele pode roubar o filme, mas ele não será apanhado por isso, se é que você me entende. Ele está muito consciente de que é uma dupla, e isso é algo que não me lembro de ele já ter feito. Ele é coadjuvante de Armie Hammer e Armie é coadjuvante dele, então a troca tem que existir. É um desempenho bem comedido em muitos aspectos.
É diferente da interpretarão de Jack Sparrow valsando e controlando o filme, tentando recuperar seu navio ou o que for. Nós falamos sobre isso no início e Johnny sabia que ele teria que ser muito mais generoso de muitas maneiras. Foi realmente divertido vê-lo dessa maneira.
P: Descreva o relacionamento entre o Cavaleiro Solitário e Tonto.
R: Eu acho que é química. Nós sabemos que no fundo existem dois sistemas de crença completamente divergentes e eles vão colidir. Nessa colisão nenhum deles tem uma tribo, já que Tonto foi banido de sua tribo e de muitas formas o Cavaleiro Solitário também foi. Nós todos queremos que um homem bom chegue e resolva as coisas, mas é da nossa natureza destruí-los quando eles surgem. É por isso que ele usa a máscara.
Então o Cavaleiro Solitário também é meio “sem tribo” no que se refere às suas crenças, ao seu sentido clássico do que é a justiça e ele está vivendo nesse mundo onde ele não consegue se encaixar com esse sistema de crença. Mas ele não perde sua moralidade. Eu acho que esses dois caras são diferentes, mas meio que estão navegando juntos.
P: Por que Armie Hammer era perfeito para o papel de John Reid, o Cavaleiro Solitário?
R: Quando você conhece Armie, ele não tem realmente nenhum pingo de cinismo nem de agressividade.
Quando eu olho para Armie, eu vejo um cara que está tentando aproveitar a vida e que diz que veio para se divertir. Sua presença no set anima todo mundo. Todos estão meio exaustos e estressados e ele chega tranquilo com uma atitude positiva tipo “olha o que conseguimos fazer”.
Nós realmente queríamos que o personagem não pertencesse a esse mundo ao qual ele retorna. Ele chega de trem a sua cidade, e sua cidade não é mais a mesma. Temos Butch Cavendish, temos a estrada de ferro, e um sentimento de corrupção, de nadar neste mundo de mentiras, e ele precisa desvendar a verdade oculta. Quando eu encontrei Armie pela primeira vez, eu logo soube que ele tinha um jeito diferente de ver as coisas que se encaixava no papel. Havia uma espécie de entusiasmo infantil, e eu achei que ele era perfeito.
P: Fale sobre o restante do elenco.
R: É um ótimo elenco. Eu sempre quis trabalhar com Tom Wilkinson. Na minha opinião ele é um ator fenomenal, então foi ótimo afinal ter uma chance de trabalhar com ele e ver como ele transmite tudo com tanta beleza. Fico sendo surpreendido com o que ele faz, e ele faz parecer que é fácil. Foi realmente perfeito tê-lo para interpretar Latham Cole.
Eu conheci Helena Bonham Carter há muitos anos. Ela é maravilhosa. Eu sei que Johnny fez vários filmes com ela, e ela parecia perfeita para o papel de Red. Ela tem uma personalidade ousada, e bem no momento do filme em que precisamos que o público se envolva na trama, lá está ela. E o mesmo acontece com Barry Pepper, a mesma coisa, e William Fichtner é um tipo de vilão clássico.
P: Foi preciso mover a produção de locação em locação para fazer as cenas que você queria. Pode nos contar um pouco sobre isso?
R: Tivemos que ir a todos os lugares. Nós filmamos cinco estados — Arizona, Novo México, Utah, Colorado e Califórnia. As paisagens são fabulosas. Elas possuem tanto valor histórico; não há áreas de comércio. Eu achei que era muito importante voltar no tempo. E não eram só as locações que eram fantásticas, as pessoas que encontramos pelo caminho também eram.
P: Foi preciso construir cidades também, não é?
R: Acho que se faz isso quando se faz um faroeste. Você precisa ter uma rua, e uma cidade, mas eu acho que o maior desafio foram os trens. O restante são apenas coisas clássicas, tipo a cidade faroeste, a aldeia comanche, foi tudo interessante, mas realmente o trabalho com o trem foi gigantesco.
O filme se passa no ambiente da Ferrovia Transcontinental, então quando se tem esse tipo de ambiente certamente haverá uma grande perseguição de trem. Muitas perseguições fantásticas de trem já foram feitas anteriormente então você quer elevar um pouco o nível. E foi realmente divertido e empolgante.
P: Quais foram os desafios com relação ao clima durante a produção?
R: Em termos de produção física foi o filme mais difícil que eu já fiz. O calor ultrapassava 52 ºC e depois nevava, depois chovia e depois vinha um vento de mais de 70 km/h, e a poeira era tão densa que você era forçado a parar. Eu acho que a equipe ainda está tirando poeira dos ouvidos seis meses depois.
P: Foi necessário usar muita computação gráfica?
R: É uma abordagem específica. Certamente tivemos que fazer coisas no computador tipo coisas que não eram seguras. Explodimos pontes enormes e trens caem de pontes, coisas assim. Então há uma certa quantidade de trabalhado gerado por computação. Nós tentamos criar uma espécie de ilusão em que você não é capaz de dizer onde está o CG. É importante manter o público adivinhando.
P: Que tipo de efeito as viagens para locações causam na equipe?
R: Por exemplo, em Monument Valley nós fizemos um círculo com nossos trailers e dormimos neles. Fizemos uma fogueira, circundada pelos vagões e acampávamos lá. Era muito bonito e nevava. Fizemos o mesmo em Canyon De Chelly. Nós todos dormimos no estacionamento em nossos trailers. Você acaba formando uma família, então é ótimo para o moral. É um grande circo itinerante e você depende muito do seu departamento de transporte. O pessoal precisa ser incrível, assim como todos os outros departamentos do filme. A equipe, tenho que dizer, foi a melhor com a qual já trabalhei. Muitos dos caras são pessoas com as quais eu já trabalhei antes, e eles atingiram um novo patamar. Foi simplesmente muito trabalho; nós tivemos que carregar as câmeras até as locações onde não podíamos usar o carro. A razão para um lugar como Monument Valley ser tão belo é porque lá não é permitida a entrada de carros. Então tivemos que literalmente carregar câmeras e technocranes até as locações. O pessoal trabalhou muito, realmente muito.
P: Em que ajuda o fato de ter muitos integrantes da equipe de Piratas neste filme?
R: Eram muitas pessoas da mesma equipe, mas também havia muitas pessoas diferentes. É um grupo muito bom; com alguns deles eu fiz três filmes, com alguns deles eu fiz um filme, com alguns deles eu não fiz nenhum filme. Então é como uma nova família. Não dava a sensação de algo já vivido em nenhum sentido. Eu acho que todos estavam prontos para uma aventura louca.
P: Como você descreve o tom deste filme?
R: O tom é realmente meio afiado porque estamos lidando com questões cheias de seriedade. Estamos lidando com o dilema dos índios americanos e algumas questões profundamente emocionais. A história é contada do ponto de vista de Tonto, que é meio fora de órbita. A própria tribo dele acha que ele é meio maluco. Então tem muito humor também.
Há dor do outro lado, em John Reid, que perdeu seu irmão para Butch Cavendish. Mas mesmo assim há esse relacionamento disfuncional quando esses dois caras, Tonto e John Reid, se juntam. Então o tom é o que amarra tudo junto, e como fazer todas aquelas manobras e não deixar ninguém cair dos trilhos, e como passar do absurdo para uma emoção real e profunda, e os grandes momentos de ação e os momentos mais tranquilos. Não é só o roteiro e a interpretação, tem a trilha sonora de Hans Zimmer que também estabelece o tom.
P: Havia elementos que você sabia que ia querer manter no filme?
R: É preciso ter os símbolos mais icônicos dos personagens. É preciso ter a bala de prata; a máscara, o cavalo Silver, que é fantástico e rouba a cena e é preciso ter o chapéu branco. Então há esses arquétipos que fazem parte do personagem e da história, bem como o fato de que o Cavaleiro Solitário ter um código e acreditar em levar a justiça para o oeste selvagem. Isso é realmente bom, mas então como torná-lo real? Como fazê-lo de carne e osso?
Ele não pode simplesmente sair em busca de vingança pela morte do irmão. Isso o torna muito bidimensional. Eu acho que em certo ponto se você apertar os botões certos ele seria aquele cara. O que existe dentro dele que o detém, e como isso o define? Ele tem um lado obscuro? Ele tem capacidade de atacar violentamente? Ele está viajando com Tonto, que simplesmente arrancaria os dedos dele um por um até conseguir a informação que quer. Mas ele está com outro cara que diz que não se pode fazer isso. Eu acho que o que não foi explorado foi esse relacionamento, e dizer que esta é a história de Tonto. Acho que é uma maneira inovadora.
P: Por que era importante que os atores participassem do acampamento caubói?
R: Há muitas cenas em que os atores saltam dos cavalos quando alguém está falando, e ele precisa treinar para isso, precisa saber o que está fazendo. Você não quer estar na filmagem e a pessoa que está atrás da pessoa não sabe o que fazer com as mãos. Você tem que ser capaz de entender como apertar uma sela, carregar e descarregar uma arma, e como subir e descer de um cavalo e cavalgar em segurança. Não são coisas que fazemos todos os dias, então você precisa treinar no acampamento, não só por segurança com relação à montaria, mas também para que as coisas pareçam reais.
Então foi muito importante que todos fossem ao acampamento. Até mesmo Ruth [Wilson], que não monta no filme, praticou subir nos vagões, cavalgar, atirar, só porque sua personagem teria feito isso na vida naquela época.
Não dá pra fingir isso. Eu não quero gastar tempo no set treinando alguém porque algo não parece certo. Você olha para o quadro e fica imaginando o que a pessoa está fazendo ali. Você tem um mundo inteiro e tudo dentro do quadro tem que parecer que existe.
P: Pode nos contar sobre um dos dias mais importantes?
R: Todo dia era importante, mas Creede, no Colorado, vem à mente, pois é simplesmente lindo. Mas nós tivemos que levar os trens até a mina e era bem íngreme. Tivemos que movê-los por toda parte e eles tinham que fazer certas curvas, mas os trens que nós tínhamos não faziam curvas, então os trilhos tiveram que ser ajustados. Filmamos durante a noite e fazia muito frio. Foram longos dias.
P: Houve um momento considerado especial?
R: Quando Barry Pepper, que interpreta o Capitão Fuller seguiu com a cavalaria no Moab e ele sacudiu a poeira e vimos todos aqueles trajes azuis com a linda montanha logo atrás, uma cena que já vi em centenas de filmes de John Ford, eu senti como se estivesse revivendo algo. Você se sente numa terra sagrada. Era realmente bonito estar ali e capturar aquilo e ver todos cavalgando na câmera. Há um belo ritmo, e depois vem a poeira. A poeira sobe e envolve você, e aí você simplesmente diz, isso foi fantástico. Capturar essa cena é uma alegria. Todos sentem isso.
P: O que as pessoas podem esperar para ver?
R: Elas devem esperar o inesperado. É uma grande história e nós vamos levar você numa viagem.
O filme chega nos cinemas Brasileiros dia 12 de Julho.
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[ESPECIAL] – Entrevista com Armie Hammer
[ESPECIAL] – Entrevista com Johnny Depp
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