Oi, gente, tudo belezinha?

Aproveitando a notícia que Michel Teló vai emprestar sua voz para um dos filmes da Disney, uma das notícias mais temerárias desde Luciano Huck em “Enrolados”, venho aqui falar de uma animação que está nas locadoras e não decepciona na dublagem.

Vamos falar de “Detona Ralph“.

 

Como dito anteriormente o péssimo trabalho de dublagem que Luciano Huck fez para a animação “Enrolados” é algo que nunca será perdoado ou esquecido pelo público brasileiro. Isso não significa, porém, que devemos temer ou, pior ainda, prejulgar o trabalho de qualquer celebridade que seja anunciada para essa função em algum lançamento futuro – e só em 2012, artistas como Thiago Fragoso, Rodrigo Lombardi, Murilo Rosa, Luciano Szafir, Mariana Rios e Daniel de Oliveira (só para citar alguns) emprestaram suas vozes a personagens animados sem gerar burburinho e tampouco comprometer os respectivos longas. Infelizmente, nem todos são capazes de controlar o preconceito e esperar o lançamento do filme para avaliar a competência dos dubladores famosos – mas o trabalho feito em Detona Ralph, creio eu, vai mudar (ou mudou) a opinião de algumas pessoas.

Apesar da desconfiança dos palpiteiros de plantão gerada pelos nomes de Rafael Cortez e MariMoon – em decorrência dos cargos que ocupam no showbiz – a animação tem um trabalho de dublagem surpreendentemente competente. Enquanto Thiago Abravanel dá voz a Ralph com a expressividade e o comprometimento de um ator talentoso em plena ascensão, Cortez faz um ótimo trabalho saindo de sua zona de conforto e ficando quase irreconhecível na voz de Conserta Félix Jr., e MariMoon abrange todas as nuances da hiperativa Vanellope fazendo um trabalho hercúleo para acompanhar a rapidez das falas da personagem.

 

O próprio Cortez, em uma entrevista, falou que desconfiaria e daria mais méritos para um longa feito somente com profissionais do ramo, mas que com o esforço e profissionalismo empregados pela Disney na produção do processo, com seu padrão internacional e seus diretores de dublagem exclusivos, ele merece crédito por seu trabalho. 

Mas não é só na dublagem que “Detona Ralph” é competente. Escrita por Jennifer Lee e Phil Johnston a partir de uma história criada por ele mesmo em parceria com Jim Reardon e o diretor Rich Moore, a animação acompanha o drama de Detona Ralph (John C. Reilly), o vilão de um jogo em 8-bits que, encarregado de destruir o prédio que deve ser reconstruído pelo aclamado mocinho Conserta Félix Jr. (Jack McBrayer), leva uma existência de poucas regalias e muita solidão. Quando descobre que ganhar uma medalha pode melhorar seu status naquele universo, Ralph se infiltra no jogo de ação sci-fi Missão de Herói e acaba atraindo perigosos insetrônicos para outro game, o Corrida Doce. Lá, o brutamontes conhece Vanellope (Sarah Silverman), uma entusiasmada garotinha que vive marginalizada por ser classificada como um bug, um erro de sistema – e a improvável amizade desenvolvida entre ele pode ser fundamental para a descoberta de uma conspiração que coloca em risco a vida de vários avatares daquele fliperama.

 

O filme explora de forma bastante imaginativa o universo dos games e compensa eventuais liberdades artísticas com muita criatividade e divertimento – como é o caso da hilária movimentação truncada dos moradores do prédio do Conserta Félix Jr., que reflete a falta de tecnologia dos jogos antigos, embora não seja compartilhada por Félix ou Ralph. Ainda nesse sentido, a interconexão dos jogos através de cabos de energia surge como um ótimo pretexto não só para transformar um filtro de linha do fliperama em uma curiosa versão da Estação Central de Nova York, onde personagens famosos dos mais variados têm a chance de interagir, como também para que conceitos plausíveis e fundamentais para o desenrolar da trama sejam criados, como a inviabilidade de um personagem ressuscitar em jogos que não sejam os seus. 

 

 

Usando um dos maiores trunfos de suas animações, a Disney, com seu poder de emocionar (afinal, atire a primeira pedra aquele que nunca derramou uma lágrima ao ver Simba chorando a morte do pai, em “O Rei Leão“), nos traz uma animação adorável que, através de referências das mais variadas (como a trilha ou os efeitos sonoros, que remetem à sonoplastia de jogos clássicos), consegue com facilidade despertar o sentimento de nostalgia nos amantes de videogame e convida os demais espectadores a se aventurar por esse universo – e no final seja em sua versão dublada ou legendada aqueles que procurarem o filme sem grandes expectativas, quaisquer que elas sejam, poderão ter uma experiência bastante compensadora.

 

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