Se a relação entre vizinhos rendeu uma boa parcela de comédias como “Meu Vizinho Mafioso” de 2000, o mesmo pode-se dizer das comédias universitárias que possuem seus próprios clássicos: “Clube dos Cafajestes” (1978), “Dias Incríveis” de 2003. “Vizinhos” une os dois estilos e é beneficiado por um trio de protagonistas carismáticos que nos mostram com muito humor como a transição para a vida adulta pode ser assustadora.
Recém mudados para uma nova casa, o casal Mac (Seth Rogen) e Kelly (Rose Byrne) tentam aliar as responsabilidades de ser pais com alguma diversão. Suas rotinas são alteradas quando, para a casa ao lado, muda-se uma república de rapazes dispostos a festejar como se não houvesse amanhã. Tendo seus apelos por uma boa noite de sono ignorados, o casal é forçado a ligar para a polícia. O incidente desencadeia a ira do presidente da fraternidade Teddy (Zac Efron) e uma verdadeira guerra é travada entre os vizinhos para ver quem se muda primeiro.
Do ponto de vista narrativo, há pouco a se aproveitar, como acontece em outro filme recente de Rogen, “É o Fim“. Nos dois casos, as situações improváveis e engraçadas importam mais do que qualquer coisa. Para piorar, o longa ainda conta com subtramas perdidas em meio à história principal. Muitas vezes, são abandonadas quaisquer pretensões de criar um arco dramático. Desta forma, o longa abusa das estranhezas apresentadas de forma frenética e sem sentido. Byrne se entrega ao papel com entusiasmo, mas é o ídolo teen Zac Efron, que aparece quase o filme todo sem camisa, que surpreende ao entregar a atuação mais intrigante do filme. Ele cria um tipo cheio de camadas, que vai do fiel amigo e honrado cavalheiro ao ápice do sadismo com muita facilidade. Na verdade, o personagem sente o peso do fim da faculdade e tenta lidar com isso como pode; o casal ao lado o lembra de como será seu futuro, agora mais próximo do que nunca, e ele não gosta nada dessa constatação.
Por incrível que pareça, “Vizinhos” é muito bem filmado, especialmente na hora das festas, as quais possuem tom surrealista. Entretanto, a falta de uma história coerente e algumas piadas sem graça podem tirar o clima até dos espectadores mais animados. Mesmo assim, as cenas de comédia física devem garantir boas risadas e, por isso, o longa é boa escolha para ver com os amigos, comendo pipoca enquanto esperam começar o próximo Jogo da Copa.
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