“Big Little Lies“ – Terceiro Episódio: “Living the Dream“
“Big Little Lies” é uma abordagem inusitada e totalmente impressionante ao mundo das minisséries.
Choques
A história das mães de Monterey continua em “Big Little Lies” com mais um episódio intrigante, revelador e muito dramático.
“Big Little Lies” traz em seu segundo episódio mais dramas e mistérios.
Com conflitos em seu relacionamento, Celeste e Perry tentam, de muitas maneiras, resolver seus problemas, mas o que pode ser uma simples conversa se torna uma nova agressão, uma nova ofensa, uma nova briga. Com o desespero de um possível término o casal busca por ajuda profissional como uma última esperança, e em meio a consulta com uma psiquiatra, o casal começa a perceber que apesar de prejudicial a saúde física de ambos, as agressões podem ser um modo de escape, um modo de se livrar de todas as tensões, ou até um modo de esquentar a relação, não tendo conclusão definitiva, mas um breve pensamento sobre o assunto.
Celeste ainda sofre com os hematomas em seu corpo, e só ver esses machucados já é o bastante para que ela queira desistir de tudo, mas quando Perry tenta pedir perdão a esposa, ela sempre cede, nunca conseguindo impor um ponto final a essas agressões. A cena do encontro dos dois com a psiquiatra foi sensacional, digna de Emmy, seja pelo simples movimento de câmeras que impôs uma grande atmosfera a cena, ou pelas incríveis atuações de Nicole Kidman e Alexander Skarsgard munidos com um roteiro de prima classe.
Os conflitos entre Renata e Madeleine continuam, com a festa de Amabella chegando, Madeleine corre para garantir que algumas crianças não compareçam ao evento como forma de desestabilizar a imagem de Renata para os moradores da cidade. Aparentemente ela falha nesse quesito, pois a festa foi considerada um sucesso, apenas um fato foi criticado, a presença de Bonnie, que segundo os que testemunharam o evento, encheu uma festa de criança com sua promiscuidade e vulgaridade. Me parece que Zoe Kravitz foi feita para interpretar esse papel, o carisma que a atriz tem é demonstrado nessa personagem versátil e com um viés popular.
Apesar do sucesso da festa, Renata não se vê satisfeita e acredita que a ausência dos convidados a festa da filha possa ser o causador de algum trauma em seu futuro, mesmo sabendo que a filha tem apenas seis anos de idade. As preocupações exageradas e equivocadas de Renata só mostram que ela se tornou a mulher que sempre jurou que nunca seria, ela perdeu seu senso de viver, sua vontade e energia, e em meio a uma crise ela decide restaurar sua personalidade realizando um ato inconsequente e imaturo com seu marido, mas algo que a libertou de correntes que a prendiam muito forte ao chão. Laura Dern sempre se destacou em todos os seus papéis, mas sua atuação em “Big Little Lies” é mais um marco em sua carreira, todos os episódios, independente do tamanho de sua participação, ela se destaca por sua grande presença em cena.
Mais um soco atinge o estômago de Madeleine, que como se o fracasso de sua peça não fosse o bastante, sua filha decide deixar a casa da mãe e ir morar com o pai e sua madrasta, a explicação é que a grande pressão da mãe a atingiu e fez com que dificultasse seus estudos, o que concluiu em uma queda de qualidade escolar. Isso cai em Madeleine de uma forma muito pesada, pois mostra que apesar de ela achar que consegue controlar tudo em seu lar, ela não pode, que mutias decisões vão além de seu poder, que cada pessoa tem a sua vida, o que vai contra suas crenças, pois acredita veemente que pode controlar os outros e suas decisões. Essa “cara no muro” que Madeleine sofre só serve para colocar a mãe ainda mais no chão, existem muitos pesos em seus ombros, e mais um só facilita sua queda, a tristeza a atinge, assim como o estresse, e é claro sua ficha cai e ela percebe que depois de muito tempo sua família pode estar em crise e talvez desabando completamente. Reese Witherspoon realmente está jogando para ganhar com sua performance, fazia muito tempo que a atriz não encarava uma personagem profunda e complexa como Madeleine, o que mostra que, apesar de muitos acharem o contrário, Reese tem muita capacidade de interpretar personagens fortes.
O passado de Jane finalmente revelado. Quando Ziggy questiona a mãe sobre o seu pai, a jovem mãe fica sem palavras não sabendo responder, é quando ela decide contar a Madeleine o que houve com o pai de Ziggy. Em um certo dia, em um bar, Jane encontrou um homem, que bêbado como ela a convidou para ir a um hotel, os dois foram e de repente em meio aos beijos, Jane repara que o homem se tornou violento e começou a forçá-la, a agredindo e ao final estuprando a jovem, que incapacitada devido a bebida não soube e não pode agir, quando tudo acabou, o homem saiu do quarto de hotel sem paradeiro algum. Jane tentou seguir um traço de pegadas na praia deixadas pelo homem, mas em determinado momento essa trilha já não existia mais, ela então tirou suas roupas e entrou ao mar, talvez como uma forma de suicídio.
Felicidade foi um tema muito discutido nesse episódio, ela realmente existe? Como ela funciona? Quando sabemos se estamos ou não felizes? Mais uma vez esses questionamentos são impostos de forma radical sobre a vida dessas mulheres, que desesperadas para serem felizes, se afogam em tristeza ao descobrirem que a felicidade não more ao lado como se acredita.
Mais um episódio fantástico, talvez o melhor deles até agora, “Big Little Lies” mantém seu nível de qualidade, com um roteiro novamente brilhante, uma direção concreta e muito correta, e um elenco que brilha cada vez mais e novamente dá uma aula de atuação, a química entre esses atores é impressionante, e a profundidade de suas performances é incrível. Outro grande episódio.
9,5/10: Incrível
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Espero que tenham gostado e que continuem a acompanhar críticas de “Big Little Lies“ e de outras séries aqui no site!
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