Faz tempo desde o lançamento do “Godzilla” original do diretor japonês Ishiro Honda. O clássico de 1954 sobre um terrível réptil gigante, que é a personificação do medo das armas nucleares, foi um sucesso e se tornou um símbolo da cultura pop japonesa e internacional. “Godzilla” teve várias versões após o original, 28 para ser preciso, e sua primeira iteração americana, o “Godzilla” de 1998, foi um fracasso. Então coube ao diretor de “Monstros“, Gareth Edwards, tentar abordar o mito de “Godzilla“, o monstro que deu origem aos filmes kaiju, novamente para os ocidentais com um novo “Godzilla“.
Nessa nova roupagem de “Godzilla“, somos enviados para a costa do Japão ano atrás. Aqui conhecemos Joe Brody (Bryan Cranston), um engenheiro que vê sua família desmoronar por conta de uma tragédia inexplicável com os reatores nucleares dos quais é o responsável. Anos se passam e o amargurado engenheiro continua sua busca por explicações para a tragédia, dessa vez acompanhado de seu filho Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson). O que ele não esperava era ser surpreendido com a aparição de um enorme monstro e uma outra raça jamais vista na Terra.
É óbvio que o sensacional “Circulo de Fogo“ reacendeu uma paixão pelos monstros, paixão que estava apagada desde o fraquíssimo “Godzilla” de 98. Na verdade, após as primeiras imagens que foram divulgadas na Comic Con de 2013, o “Godzilla” era uma incógnita só. Posso dizer que em termos técnicos, o “Godzilla” supera sim qualquer Kaiju que tenhamos visto no ano passado, o “bicho” está muito grande e devastador. Mas infelizmente não basta ter um mostro bem feito para se ter um mega filme. Longe disso, o filme está muito sério e tenta se apegar o máximo possível no drama de alguns personagens. E posso afirmar que os primeiros 15 minutos do filme, o ator Bryan Cranston (“Breaking Bad“) consegue emocionar e impõe uma alta qualidade de drama. Qualidade essa que vem caindo drasticamente quando outros atores começam a aparecer, desde o filho sem graça do engenheiro (Aaron Taylor-Johnson) que mesmo tendo uma doce família, a mesma não cativa o telespectador a ponto de nos importarmos com a segurança deles.
Mas quando o todo-poderoso entra em ação, a sensação é de que valeu a pena aguardar. O design do personagem é ótimo, remetendo aos originais japoneses. O pessoal dos efeitos especiais também conseguiu imprimir personalidade e fúria, muita fúria, a Zilla, o que faz do “Godzilla” de Emmerich uma lagartixa de borracha. As cenas de luta entre os monstros são realistas e empolgantes e o cenário de devastação deixado pelos gigantes consegue gerar impressão real de catástrofe. O personagem criado em 1954 merecia um filme minimamente decente feito com os recursos tecnológicos atuais. Tinha direito inclusive a um desagravo depois do filme de Emmerich. Gareth Edwards com seu “Godzilla“ conseguiu resgatar o prestígio do veterano lagartão.
Confira outras críticas:
Crítica 02 | “Godzilla“ por Thiago Cardoso
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