Baseado no livro de James R. Hansen, “O Primeiro Homem” retrata a vida de Neil Armstrong até a viagem espacial para a Lua, na missão Apollo 11. Como o livro em que é baseado, o filme foca na vida de Neil, muito mais do que na tecnologia para a missão e, com isso, traz um toque mais emocional ao longa.
Apesar de ser um filme sobre a vida do Armstrong (Ryan Gosling), o longa foca apenas nos anos entre a viagem espacial para a Lua. Nesse meio tempo, podemos conhecer um pouco sobre a vida pessoal de Neil, sua família e os problemas que enfrentam.
Como Neil consegue trabalhar no projeto de viagem à Lua da Nasa, ele e a família se mudam e começam uma nova vida, com novos amigos na vila destinada aos pilotos e funcionários da empresa. Essa é uma parte muito importante do longa, pois foca em Janet (Claire Foy), a esposa de Neil, suas amigas e como era a vida de cuidar da casa, dos filhos e esperar, todos os dias, para que seus maridos voltem com vida dos testes espaciais.
As cenas em que Janet só fica ouvindo os testes pela rádio da Nasa e a angústia de esperar por notícias são excelentes. Apesar de não ter tantos momentos em tela, a atuação de Claire Foy no filme é ótima. Ela retrata sentimentos de angústia, desespero e medo de forma natural e emocionante. E isso faz com que o espectador entenda o sentimento apenas por um olhar.
Essas cenas mostram que, por trás de tanta tecnologia e desenvolvimento, existiam pessoas que só queriam ter sua família intacta por mais um dia.
A atuação de Gosling como Armstrong também é muito boa. Ele mostra uma pessoa incompleta, mas também alguém muito resiliente, que foca em atingir objetivos quase impossíveis. Porém isso tem um preço. A relação de Neil na família é muito boa. Mostra que ele aproveitava o pouco tempo com os filhos. Mas ao mesmo tempo, as jornadas extensas de trabalho e o grande objetivo de ir para a Lua pareciam uma forma de escapar do sofrimento em relação à uma perda familiar.
E mais do que boas atuações, “O Primeiro Homem” ainda nos entrega uma direção e roteiro excelente. Não tem pontas soltas ou informações sem explicação. Cada pequena cena tem seu objetivo. E tudo isso se completa com a trilha sonora de Justin Hurwitz (que trabalhou em “La La Land: Cantando Estações” e “Whiplash: Em Busca da Perfeição“). Justin organizou a trilha sonora do filme de uma forma que o filme poderia ter apenas a música para trazer os sentimentos do enredo. E as transições de som nas viagens espaciais e na Lua fazem com que o espectador se sinta naquele ambiente.
“O Primeiro Homem” é um filme longo (tem 2h30min), mas com certeza esse tempo vale a pena. É um filme que atrai a público pela forma com que a história de um dos grandes marcos da humanidade é contada. Enfatizando sentimentos e trazendo ao público um filme que não tem do que reclamar.
Não deixe de conferir as novidades do CineOrna através das nossas redes sociais:
Facebook | Twitter | Filmow | G+ | Instagram | Tumblr | Pinterest