Americano adora uma autobiografia de algum cidadão seu, mas claro, se ele for a imagem do típico ‘american hero’. E este longa é isto, mas claro que vai além só dos Estados Unidos, estamos falando de um homem que representou a humanidade toda quando deu aquele pequeno passo na lua e proferiu aquela famosa frase “Um pequeno passo para o homem um grande passo para a humanidade”. E devo dizer que isso foi feito de uma maneira muito cuidadosa e bonita. Lembrando que este filme foi baseado no livro ‘First Man: A Life of Neil A. Armstrong‘, escrito por James Hansen.
Ryan Gosling interpreta aqui o astronauta Neil Armstrong que era engenheiro aeronáutico e aviador naval. E desde o começo o longa nos mostra a jornada do homem, da transição e do passo a passo até chegar no seu lugar de glória da humanidade. Vemos no início ele voando em um protótipo aéreo, fazendo testes e tendo irregularidades. E a partir daí o longa se desenvolve. Ele vai mostrando passo a passo as mudanças dos equipamentos, da tecnologia e dos anos passando para termos uma proximidade maior, e tudo isso ocorre de uma forma natural. Claro que nenhum passo desse poderia ter sido contado de maneira rápida nem apressada, assim que este filme possui um ritmo um tanto quanto lento, o que poderá cansar muito no cinema.
A direção de Damien Chazelle foi ótima, pois a visão que temos são de imagens muitas vezes angustiantes, somos colocados no lugar do astronauta, assim que quando ele está em uma nave, em um protótipo, temos a mesma sensação dele de agonia e tensão. E levando em consideração que foi um projeto a longo prazo, demorado seguido de muitas falhas, muitos amigos seus morreram em testes. Tudo afim de um bem maior, tentar alcançar o inalcançável. Não sei se isso foi realmente necessário, pois o orgulho americano é absurdamente forte, e naquela época, os soviéticos estavam na corrida (e ganhando) dos americanos em desenvolvimentos espaciais.
O elenco do filme é substancialmente forte, temos nomes conhecidos como Jason Clarke, Kyle Chandler, Corey Stoll, dentre outros, e cada um desempenha um papel significativo. Pois o filme foca não só no astronauta em si, mas no homem como ele era, focaram muito no lado pessoal e como suas perdas acabaram moldando o homem que foi, as perdas, tristezas, frustrações. Tudo isso agregou para bem ou para mal para criar o homem que um dia seria o piloto que conduziu a missão da Apollo 11. Ele é visto como uma pessoa um tanto quanto traumatizada, mas é muito introspectivo, guarda suas mágoas para si. E isso com certeza contribuirá na hora de coloca o nome de Gosling no páreo como melhor ator no Oscar. A atuação não foi muito expressiva e tampouco o próprio ator é assim, para quem acompanha seu trabalho, sabe do que estou falando, mas como citei no início, qualquer história americana bem contada acaba brilhando aos olhos dos demais, ainda mais a velha academia que adora esse gênero de filme, mostrando seu lado antiquado de avaliar cinema.
Como um todo o filme é realmente bom e conta a história como deveria ser contada, com foco técnico, sem pressa, enfatizando a vida do astronauta. Tudo muito bem moderado e dirigido. Ele é um dos favoritos a concorrer a estatueta dourada, pois a crítica já está elogiando, tendo sido até aplaudido de pé na estréia no Festival de Veneza. “O Primeiro Homem” é um baita filmão digno de elogios e que vale a pena ser assistido.
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