Funcionando como uma antologia informal que começou com “Meu Passado Me Condena: O Filme“, o longa dirigido por Cris D’Amato e de co-produção da Globo Filmes e Miravista volta a trazer casais e amantes em crise a bordo de um cruzeiro da MSC com destino a Itália, mais uma vez. Munida de um elenco global de peso, a comédia romântica “S.O.S. Mulheres Ao Mar” pouco traz de divertido e inusitado nessa irregular viagem pelo Atlântico e Mediterrâneo.

Giovanna Antonelli vive Adriana, uma tradutora de filmes pornôs que está arrasada por seu marido Eduardo (Marcello Airoldi) ter pedido a separação depois de uma década de casamento, mas o motivo por trás disso é que o cara encontrou um novo amor nos braços de uma atriz (Emanuelle Araújo) e nisso preparam-se para embarcar num cruzeiro. Decidida a reconquistar o ex-marido, Adriana puxa a irmã Luiza (Fabíula Nascimento) para a viagem e ainda levam a empregada Dialinda (Thalita Carauta, a Janete de Zorra Total) na surdina e, por mais diversas atrações que o MSC Orchestra oferece, as mulheres ali querem mesmo é dar um jeito em suas vidas amorosas, algo que o locutor da Sessão da Tarde anunciaria como “confusões em alto mar”.

Expondo o personagem de Reynaldo Gianecchini numa apresentação embaraçosa e engraçada, fica logo evidente que André está predestinado para Adriana – por mais que as aparências impostas ao rapaz neguem a princípio – e são muitos os incidentes em que os dois se batem nos corredores, demorando para que a relação dos dois saia da inércia; afinal, a escritora quer acima de tudo que Eduardo volte para ela, mas o trabalho de Airoldi é tão ausente de romantismo e carisma que logo nos aborrece e nos anseia por uma resolução rápida disso. Por outro lado, a espontaneidade que o bom humor da dupla formada por Fabíula e Thalita oferece é bastante animadora e proporciona boas cenas ao filme, seja com exageros no plural, tietagens em camarim ou um beijo ousado que a TV (da mesma produtora) se delonga a apresentar em seu horário nobre.

 

 

Com aquela fotografia-padrão televisiva que estamos habituados a ver em filmes do gênero, valendo mais a breve apreciação das locações do litoral mediterrâneo, “S.O.S. Mulheres ao Mar” peca ao subordinar sua protagonista e coadjuvantes a agir quase como personagens de filmes com patricinhas estadunidenses que querem arruinar suas rivais (e vice-versa), como jogar roupas fora, exibir vídeos comprometedores, um vexame em público e outras ações batidas, até que funcionais. Diante disso, é triste que, no geral, o roteiro e o elenco mal aproveitado sejam apenas mais uma fachada para instigar os espectadores comprarem suas passagens e embarcar num dos luxuosos transatlânticos e depois voltar à vidinha habitual de sempre, sujeita a mudanças.

 

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