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E se todas as lembranças de nossas vidas simplesmente sumissem ou nunca mais conseguíssemos lembrá-las mais? Para falar sobre o terrível Mal de Alzheimer nas telonas, os diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland criam uma história forte, convincente e comovente que envolve problemas existenciais de uma impactante mulher. “Para Sempre Alice” é muito mais que um drama tocante, é uma lição de vida onde o público presencia uma das grandes atrizes em atividade no auge do seu talento.

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Na trama, conhecemos Alice (Julianne Moore), uma conceituada professora e autora de livros que se encontra em uma fase conturbada de sua vida ao ser diagnosticada com Mal de Alzheimer aos 50 anos. Tentando não enlouquecer e espantando a tristeza, encontra um desafogo para suas dores na tentativa de reaproximação com sua filha mais nova, com quem sempre teve muitos problemas e discussões. O roteiro, que é baseado na obra de Lisa Genova, aborda a vida da protagonista no trabalho e na família, antes e depois de ser diagnosticada com a doença. No campo familiar, as relações passam a ser mais melancólicas, frias e distantes. Vemos uma protagonista que se desmonta no campo emocional com tanta verdade que somente uma atriz do nível de Julianne Moore para conseguir tal feito.

É uma experiência sofrida e angustiante, que compartilhamos com a personagem. Isso se dá de modo dramático, muito efetivo e convincente, graças ao excepcional desempenho da protagonista, inesquecível ao ser premiada com o Oscar 2015 por essa atuação. Mas o trabalho do restante do elenco passa longe do brilho da protagonista. Alec Baldwin (“Blue Jasmine”), como John, o marido de Alice, e Kristen Stewart (“Acima das Núvens”), como a filha Lydia, têm performances discretas, que não empolgam.

CineOrna | Para Sempre Alice - FOTO

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A filmagem do filme é muito bonita, a trilha sonora não é tão apelativa nas cenas que necessitam de algo mais dramático, interpretações boas e a mensagem do diretor Richard Glatzer junto com Wash Westmoreland consegue passar muito bem. É retratado de forma crua o Alzheimer, uma doença sem cura que leva a consciência da pessoa e torna-a dependente de tudo, é bom ver as coisas realmente como elas são e sem muita romantização para o cinema.“Para Sempre Alice” não é necessariamente um grande filme, porém merece ser assistido, ele consegue com sua sutileza dar o seu recado, após ter conquistado tudo, ter feito tudo que te caracteriza como alguém, quando isso se perde, quem é você? Alice era a renomada professora de linguística de uma das maiores universidades do mundo, em certo ponto ela não consegue lembrar onde fica o banheiro da própria casa, tampouco quem costumava ser. Quem somos nós se não o reflexo do que os outros nos projetam? Quem somos nós quando não somos mais nada?

Confira mais críticas do filme:

Crítica | “Para Sempre Alice, por Thiago Cardoso

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