Lembro-me de quando vi “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” pela primeira vez, em 2010, e de como já era familiarizado com o rosto do jovem Logan Lerman, e toda aquela doçura, que fora estampada no rosto da versão infantil de Ashton Kutcher, num dos clássicos da minha infância/adolescência, “Efeito Borboleta”, de 2004.
Confesso que nunca cheguei perto de um dos livros da saga “Percy Jackson“, escritos por Rick Riordan, e não foi por falta de vontade não, mas por pura preguiça mesmo. Porém, sempre quando o parâmetro é uma adaptação, levando em conta o fato de eu quase nunca ler os livros dos filmes que assisto, pouco me importa a fonte, mas o resultado do que surgiu dela em tela. Em “Percy Jackson e o Ladrão de Raios”, independente de ser ou não uma boa adaptação, e apesar das diversas críticas, encontro sempre um bom e divertido passatempo, construído e manipulado levemente por Chris Columbus, também responsável por dois dos filmes da saga “Harry Potter”. E eis que três anos depois, e (quase) esquecidos pelo público, Jackson e seus amigos voltam em “Percy Jackson e o Mar de Monstros”, assumido por Thor Freudenthal (diretor de “Diário de um Banana”, de 2010) com a missão de reparar os danos do primeiro filme e fazer da adaptação de Rick Riordan mais um sucesso entre os jovens americanos.
Logo de cara, na primeira cena, “Percy Jackson e o Mar de Monstros”, já trás uma das cartadas planejadas por Freudenthal, na intenção de recriar uma ambientação nostálgica, parecida com aquela que fora concebida nos jogos de Quadribol, em “Harry Potter”, ou nos treinos de preparação de Katniss Everdeen, em “Jogos Vorazes“, e apresentar o visual novo de seu elenco e de seu herói, Percy Jackson, que parece uma versão mais apimentada do Charlie, de “As Vantagens de Ser Invisível”, que, aliás, é o grande difusor da transição dos dois filmes.
A intenção de trazer à tona um projeto que parecia não ter dado muito certo, é a de, justamente, usar a imagem que Logan construiu desde que se tornou semi Deus em Percy Jackson. O carisma incontestável de Lerman o fez se tornar cada vez mais comercial, e desde sua personificação dolorosamente encantadora em “As Vantagens de Ser Invisível”, ele criou não só um líder máximo dos incompreendidos e sofredores de bulling, uma espécie de Tumblr boy autoajuda, mas também o referencial máximo pra (des)construção de “Percy Jackson e o Mar de Monstros”, que não é necessariamente um filme ruim, mas peca por não saber conduzir a leveza e a força de seus personagens, e desvincula qualquer carinho que se possa adquirir por algum deles.
Por fim, “Percy Jackson e o Mar de Monstros” é meramente uma vítima do excesso de um discurso que se usa exclusivamente para cuspir mensagens de autoajuda e superação e que pouco (ou nada) diz sobre o universo conflituoso dos deuses, ou da discrepância de valores fraternais e de uma juventude que já nasceu distante deles. O filme chega dia 16 de Agosto nos cinemas!!
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