Baseado no livro escrito por Jane Hawking, esposa de um dos grandes gênios da ciência moderna, “A Teoria de Tudo” apresenta ao mundo a espetacular jornada de uma mente brilhante que aos 21 anos de idade teve uma sentença de morte declarada ao descobrir possuir a Doença do Neurônio Mortor, que lhe causaria uma falência gradual dos músculos e lhe dava uma expectativa de vida de apenas dois anos.
Todos sabemos que contra todas as probabilidades, Stephen Hawking seguiu sua vida e seus trabalhos e até hoje continua a compartilhar suas descobertas. Poucos sabem, porém, sobre seu relacionamento com Jane, quem esteve ao seu lado em todos os momentos e com quem construiu uma família apesar das diversidades físicas e do compromisso emocional em seus estudos.
Como em um bom romance, apesar de serem personagens baseados em pessoas reais, não conhecemos nada de Stephen ou Jane antes de seu primeiro encontro. Não há tempo a perder com introduções sobre como chegaram até a Universidade e muitos poucos detalhes sobre suas personalidades podem ser captadas até que seus olhares se cruzam em uma festa qualquer repleta de jovens estudantes. O encantamento mútuo e o início do relacionamento faz parecer uma história de contos de fadas, mas a áurea encantada não dura por muito tempo. O casal se define e se fortalece com a notícia da doença de Stephen e a partir de então passamos a testemunhar além de uma biografia, um conto realístico sobre a vida a dois e a busca pelo desenvolvimento pessoal de cada um em seu trabalho e como uma família.
Na pele de Eddie Redmayne, descobrimos um Stephen Hawking charmoso, que tem o bom humor como uma de suas fortes características, além da persistência, é claro. A fé, aliás, embora que não estritamente religiosa, é uma das forças que movem o filme e a vida do casal. A crença no amor pelo outro é o que une Stephen e Jane, interpretada pela delicada e consistente Felicity Jones. Enquanto ele persiste em ser saudável e quebrar os limites do próprio corpo todos os dias, buscando fazer o melhor com o que tem, ela não desiste de estar ao seu lado como seu apoio e motivação, por mais que a situação conjugal se complique de maneira progressiva.
O roteiro bem escrito por Anthony McCarten não foca na doença, no trabalho ou no casal, mas em tudo de uma vez. Apesar de parecer desregrado e sem foco, a divisão é meticulosa e bem feita, tornando possível que o espectador entenda todos os lados do desenvolvimento da vida de Jane e Stephen. Inserido nos momentos mais leves da trama, McCarten faz ainda referências nerds inesperadas como citações ao seriado britânico “Doctor Who“, criado na década de 1960. A narrativa e a direção de James Marsh recebem um toque primordial de uma direção de arte impecável. Em sua paleta de cores minuciosa, em que prevalece o azul, o verde, o marrom e o branco, a fotografia produz um visual estonteante que compõe a bela história de amor apresentada no filme.
É no mínimo curioso conhecer o passado deste gênio que conhecemos tão bem a imagem, mas pouco – se algo – de sua vida familiar. Um amor profundo e uma história extraordinária que definitivamente merece ser contada da maneira que foi, com atenção cuidadosa do diretor e o talento impecável de seu elenco, em especial Redmayne, quem se transforma de maneira intensa e não por menos é um dos favoritos ao Oscar de Melhor Ator neste ano. Como encerramento, do filme e da crítica, uma mensagem que vale ser guardada: “Não deveria existir limite para o esforço humano. Por pior que a vida pareça, há sempre algo que você possa fazer, e ter sucesso. Enquanto houver vida, há esperança.” – Professor Stephen Hawking.
Saiba mais sobre o filme:
Vídeo mostra visita de Stephen Hawking ao set de filmagens de “A Teoria de Tudo“
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