Antes de ver “Selma: Uma Luta Pela Igualdade” fiz questão de conferir os outros dois longas dirigidos por Ava DuVernay, até pra ter uma referência pro filme. É importante ressaltar que mesmo “Selma: Uma Luta Pela Igualdade” sendo um veículo essencialmente político, existe nas camadas do filme (eu falo camadas porque a visão de DuVernay é bastante particular e simbólica pra se entender todo o contexto dele) uma incrível noção do que Martin Luther King representa para os negros (sim, os negros).
Quase um grito de clamor, já que DuVernay pensa seu filme bem mais como um catalisador de uma vertente artística (no caso, o Cinema) para o que se sucedeu no ano passado nos Estados Unidos,”Selma: Uma Luta Pela Igualdade” encontra no poder de dialogar sobre racismo e direitos civis com a persona de Martin Luther King um essencial registro de resgate de contracultura que todo e qualquer debate sobre o tema tenha a oferecer. E por ser uma versão completamente oposta do Spike Lee, por exemplo, é que Ava DuVernay tem total controle de como introduzir ao espectador cada informação necessária para compreender a grandeza daquela luta dos anos 60, e como ela ainda perpetua na rotina de cada cidadão negro do século XXI, sem que sua visão se dissipe no caminho.
DuVernay e sua brutal sensibilidade para redigir sobre temas sociais, vê em “Selma: Uma Luta Pela Igualdade” um retrato simbólico (e o fato do filme ter sido completamente esnobado pela Academia também se encaixa aqui) sobre como o diferencial de um ato político se relaciona com o que ele representa para um determinado grupo de pessoas. Não é a toa, aliás, que no filme o mito de Luther King é explorado pelo confronto entre sua vida pública e sua vida pessoal. Ademais, “Selma: Uma Luta Pela Igualdade” é poderoso por excelência, tanto porque cada membro do elenco sente (literalmente) na pele o que aquela luta significou e continua significando (e a atuação do David Oyelowo é um dos pontos altos pra entender esse sentimento), como porque é um Cinema que sabe dialogar com seu público sem nunca subestimá-lo.
Saiba mais sobre o filme:
“Selma: Uma Luta Pela Igualdade” estreia na próxima quinta-feira
Crítica:
Crítica 02 – “Selma: Uma Luta Pela Igualdade“, por Thiago Cardoso
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