Encerrando a leva de filmes com temática de invasão alienígena que lançaram em 2013, “Ender’s Game: O Jogo do Exterminador” procura se estabelecer como uma nova franquia infanto-juvenil de sucesso, tendo como base bons efeitos visuais e, acima de tudo, um elenco forte e bem conhecido, mas peca pela história um pouco batida (talvez pela quantidade de aliens que já conferimos esse ano) e um roteiro mediano que por vezes parece repetir seus incidentes.
Dirigido por Gavin Hood (“X-Men Origens: Wolverine“), “Ender’s Game” é uma adaptação homônima do livro de ficção científica de Orson Scott Card em que crianças e adolescentes passam por um treinamento rígido com o intuito de conter a ameaça dos Formics, seres de forma artrópode que já tinham invadido a Terra num período passado e que podem voltar a atacar a qualquer momento. No entanto, depois do primeiro desastre a Terra do século 22 tratou de se prevenir e criou o Esquadrão Internacional que, sob o comando do Coronel Graff (Harrison Ford), jovens são instruídos em diversas etapas aguçando sua lógica e até mesmo sua agressividade, em contrapartida do que se espera dos alunos nas escolas hoje. A admissão no Esquadrão é altamente seletiva e motivos como compaixão, por exemplo, barram o aluno de avançar para o próximo estágio a bordo de uma nave no espaço. Ender Wiggin (Asa Butterfield) se mostra uma exceção tanto na escola como em sua família e chama a atenção de Graff e da Major Gwen Anderson (Viola Davis), convocando o garoto a embarcar para começar o treinamento de verdade com outros jovens de diversas nações e de nomes peculiares. Por terem maior disposição e compreensão na leitura de dados do que adultos, os jovens são organizados em equipes e passam a praticar numa arena de gravidade zero e com armas paralisantes.
Revelando as habilidades táticas de Ender, as cenas dos treinamentos são tão empolgantes (e por vezes rápidas até demais) que acabam lembrando bastante toda a caótica ação no espaço de “Gravidade“, e a cada êxito que o soldado conquista, mais ele cresce entre os companheiros e irrita outros. Sendo seu segundo filme atuando como protagonista, Asa se mostra bastante confiante e seu senso de liderança é bastante credível, sem contar os momentos tensos ou descontraís nos quais contracena com os veteranos atores Ben Kingsley (os dois já haviam se encontrado em “A Invenção de Hugo Cabret“) e Harrison Ford. Na procura de evitar que a incitação de violência predomine o título, há bastantes momentos divertidos e o time de pré-adolescentes no geral se mostra competente, sobrando até espaço para Ender ter um momento reflexivo e se indagar quanto aos direcionamentos do Esquadrão sobre eliminar a espécie inimiga em cenas surreais e senão destoantes do resto da projeção numa espécie de jogo e sonho envolvendo sua irmã Valentine (Abigail Breslin).
Longe de ser inovador (por um instante pensei que Ender iria atrás de algum parceiro(a) de confiança para pilotar um jaeger de “Círculo de Fogo“) e ter o mesmo potencial de Harry Potter ou Jogos Vorazes, ao final “Ender’s Game: O Jogo do Exterminador” deixa muitas perguntas e mistérios soltos gerando a ânsia por uma ou mais continuações, afinal o livro original possui por volta de quatro sequências, mas isso dependerá se o público não for exigente demais e aceitar que Ender e equipe partam em novas missões.
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