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Me lembro que quando estava vendo esse filme eu ficava pensando, tomara que seja uma biografia, pois essa história está incrível, e não deu outra, confesso que não sou familiarizado com a história do carnaval no Brasil, mas vendo a trajetória do Joãozinho Trinta, pude perceber o quão importante para o nosso país é essa festa e o que ela representa para muitas pessoas, embalado as marchinhas de carnaval antigas, só faz você querer voltar no tempo e imaginar o quão bom deve ter sido viver no Brasil dos anos setenta. Os digo que se você não gosta de carnaval esse filme pelo menos irá lhe fazer entender que o carnaval não é só uma simples festa.

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Trinta” com certeza vai agradar a muitos, contando a história de um dos maiores (talvez o maior) carnavalescos da história do nosso país. Com uma narrativa rápida, que não enrola muito, o longa começa no momento em que Joãozinho é chamado parar comandar o desfile da Salgueiro, volta para um flashback nos apresentando o que ele fez pra chegar até lá, sendo ousado demais para sua época, e termina com os preparos finais para o grande momento. Matheus Nachtergaele é ótimo, disso não temos dúvidas, e o papel só vem para que tenhamos mais certeza disso. Ele encarna o personagem João Clemente Jorge Trinta, que saiu da Salgueiro após problemas com a diretoria da escola de samba e seguiu para a Beija-Flor, onde teve uma carreira de sucesso e de campeonatos com o parceiro figurinista Viriato Ferreira. Com ousadia e enredos luxuosos, Joãozinho Trinta passou a ser chamado de gênio e reinou no Rio, conquistando ainda os título de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983. Ele ainda teve destaque com dois trabalhos carnavalescos que ficaram com a segunda colocação, em 1986 e em 1989.

CineOrna | Trinta FOTO

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Dirigido por Paulo Machline, o longa conta a origem do carnavalesco, que nasceu em São Luis e se mudou para o Rio de Janeiro para ser bailarino. Antes de ingressar no samba e revolucionar os desfiles, Joãozinho integrou o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio, chegando a encenar as óperas “O Guarani“, de Carlos Gomes, e “Aída“, de Giuseppe Verdi. Com roteiro de Cláudio Galperin, Maurício Zacharias, Paulo Machline e Felipe Scholl, “Trinta” traz no elenco os atores Paolla Oliveira, Ernani Moraes, Paulo Tiefenthaler, Milhem Cortaz, Fabrício Boliveira e Mariana Nunes. Outro tópico que definitivamente merece ser destacado é a trilha sonora, misturando o samba da escola com música instrumental clássica da ópera que tanto despertou a paixão de Joãozinho. Tecnicamente de forma geral, na verdade o filme merece destaque. Tudo muito bem feito, com detalhes e pontos positivos, novamente, para a direção de arte.

Mais do que uma simples cinebiografia, o que interessa ao filme é contar a experiência e transformação de um artista, cuja história de vida e superação se assemelha com a de muitos brasileiros, e acredito que é aí onde está toda a beleza do filme ,a ascensão de um homem que teve de lutar muito para provar seu valor como profissional e como pessoa sendo ele mesmo e acreditando em seu trabalho, uma belíssima história sem dúvida. Joãozinho Trinta morreu em 17 de dezembro de 2011, aos de 78 anos, em São Luís. O convite é certo para ver essa bela biografia de uma história muito interessante e muito bem captada para as telonas.

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