Fazendo-se presente agora através da cultura mexicana, conhecida pela fé religiosa assídua e crença consequente no maligno, “Atividade Paranormal: Marcados Pelo Mal” chega a seu quinto ato prometendo muito e cumprindo pouco. Pela primeira vez como realizador numa produção em grande escala, Christopher Landon, roteirista dos três filmes anteriores, e escolha questionável para orquestrar as próprias ideias aqui, parece assumir esse Marcados Pelo Mal sem ter conhecimento da responsabilidade que carrega em seus ombros. Aos moldes do que as possibilidades do found footage -e da onda de filmes homenagem- tem a oferecer, o diretor se mostra bem mais funcional como comediante (involuntário), do que um artesão do terror clássico.
Não fugindo muito do que já fora experimentado nos longas anteriores, esse “Atividade Paranormal” soa bem mais como uma tentativa em se validar através do cinema alheio do que pela autoidentificação de seu autor com a própria obra. Por vezes uma versão descontraída e menos interessante de “Poder Sem Limites“, de Josh Trank, e em outras uma cópia mal feita dos arquétipos cinematográficos de James Wan, as sequências de ação e humor se concentram tanto em obter alguma reação positiva da audiência que acabam se tornando um grande e desnecessário equívoco. Para além dos inúmeros clichês e fórmulas de terror usadas para criar a atmosfera de suspense no longa, de uma colagem de efeitos bem feita, “Atividade Paranormal: Marcados Pelo Mal” se torna, a cada nova decupagem, uma sátira de si mesmo; e essa consequência assume tal forma tão somente pelo grotesco desejo de Landon em linkar a trama deste com a dos filmes anteriores, levando o espectador, ao fim da sessão, questionar não sobre o que assistiram, mas sobre o bom senso dos criadores em os tratarem com um pouco mais de respeito.
Apostando em homenagens – de “O Iluminado” de Kubrick à “O Bebê de Rosemary” de Polanski – que pouco ou nada agregam algum valor substancial à trama, o que possivelmente faz dessa sequência um passatempo (inofensivo) é o trabalho do carismático elenco – em especial Jorge Díaz e Andrew Jacobs – que carregam o filme numa leve descontração, quase infantil até, tornando o descompromisso de Landon (quase) justificável.