“How to Get Away with Murder” – Terceira Temporada
Tropeços
A série da mais nova ganhadora do Oscar Viola Davis finalizou sua terceira temporada mês passado, e já tem nova temporada garantida para o final desse ano, mas antes de esperarmos pela próxima, precisamos avaliar como foi a terceira temporada dessa série de sucesso.
Após uma quente estreia, “How to Get Away With Murder” esfria um pouco em seu segundo episódio
Com uma premissa corajosa, “How to Get Away with Murder” propôs em seu terceiro ano que em seus flashfowards um dos personagens principais morreria, e de uma forma brutal, com uma explosão seguida de um incêndio de Annalise. Com essa trama a série se segurou durante seus nove episódios iniciais, que apesar de reveladores pecaram pela falta de ação e de um seguimento interessante da história da advogada e as outras peças-chave de sua vida.
Trabalhando com casos dispersos e sem qualquer tipo de ritmo ou conexão com o público, “How to Get Away with Murder” divagou sob seus primeiros episódios, contando a história de uma Annalise cada vez mais afetada por seus erros, cada vez mais sofrida pelos seus crimes, e com um passado sombrio batendo em sua porta. A que já foi grande, poderosa e corajosa advogada, foi substituída por uma mulher cheia de medos, e com uma fraqueza que não atribuiu a seu caráter, parece que houve uma desconstrução de toda uma personagem a esse ponto da série, com um erro como esse é possível perceber que talvez não exista um estudo tão grande em relação a Annalise, suas contradições não morais e sim em relação a sua personalidade.
E os personagens secundários não fugiram da desconstrução, além de completamente mudados, eles assumiram formas bizarras de quem já foram um dia, tomaram atitudes que não são justificadas por seus atos, e se tornaram cada vez mais maçantes de se assistir. Todo o arco montado com Connor e Oliver foi forçado, chato e totalmente mal escrito. Bonnie, uma personagem que já sofria por sua falta de carisma, piorou pois o modo como durante a temporada ela tomou o protagonismo das ações foi horroroso, seus diálogos e atitudes eram vergonhosos e não mostravam nada além de falta de padrão em relação a escrita de sua personagem. Michaela que já foi um grande exemplo de figura feminina se tornou uma decepção, o modo como lidou com os acontecimentos foi assombroso e totalmente decepcionante, não parecia a mesma personagem forte que conhecemos no início da série
Cada episódio montava ainda mais curiosidade em relação ao que havia acontecido na casa, quem morreu? Quem cometeu o crime? E mais perguntas como essas foram feitas durante a temporada, nem todas foram respondidas e algumas foram respondidas de forma vergonhosa. Revelações como a gravidez de Laurel, que ferida revela a todos que o pai de seu filho é Wes, foram alguns dos acontecimentos que deram uma certa curiosidade e vontade de continuar assistindo a série, mas foram poucos esses momentos.
O grande momento chegou e foi revelado finalmente que Wes foi a vítima fatal do incêndio causado, e após a grande revelação a série foi pausada durante um hiatus, ninguém sabia que após esse hiatus seriamos abordados com seis episódios de tédio, poucas revelações e escapatórias clichês as perguntas feitas pela série.
Como já sabemos quem morreu, a nova pergunta se tornou, quem matou Wes? E após cinco horas de puro desperdício de tempo, com episódios sem acontecimentos importantes, dramas chatos, e desconstrução de personagem, a verdade foi finalmente revelada, Wes foi morto por Dominic, homem que nunca havia aparecido na série e que por ordens do pai de Laurel, assassinou o jovem e colocou fogo na casa de Annalise como forma de acobertar seu crime.
Além de ter sido alguém que o público nunca viu, a revelação gera ainda mais indignação, pois só feita dessa forma para que pudesse existir uma história no futuro da série, uma estratégia barata e preguiçosa dos roteiristas de se livrar de dois problemas com uma única solução. Toda história dos episódios posteriores ao ocorrido pareciam uma brincadeira feita com os espectadores, uma forma de cansar o público e tornar o ato de assistir a série impossível por conta dos tediosos momentos.
Mas é claro, não só de maus momentos viveu a terceira temporada, com destaques a incrível performance de Viola Davis, que manteve a série em suas costas durante os 15 episódios dessa temporada. Annalise mudou, se tornou mais triste, arrependida e talvez seu passado não havia a assombrada de maneira tão tenebrosa, e a atriz lidou com esses sentimentos de forma exímia, cena após cena Viola demonstrava que nasceu para interpretar essa mulher, e que realmente pode ser considerada uma das melhores atrizes da atualidade.
Assuntos atuais e morais foram jogados durante a temporada como modo de ainda mostrar a importância da série em discussões, mas esses assuntos foram tratados de forma crua e nada profunda, com uma camada de desinteresse e inexpressividade, apesar de ainda tratá-los o que ainda mostra a necessidade da série nos dias atuais.
Com episódios chatos e lentos, revelações mornas e construção de história feita de forma desastrosa, “How to Get Away with Murder” traz em seu terceiro ano uma temporada decepcionante que poderia ter sido menos longa, e com muito mais ação, o drama se estagnou de formas impressionantes, houve episódios em que não aconteceram simplesmente nada de importante para a trama e que passaram batido diante dos espectadores. Apenas um grande talento como o de Viola Davis poderia segurar isso, e ela consegue, seu carisma em cena conquista todos que assistem, se não fosse por essa mulher acredito que a série estaria fadada ao fracasso total. Espero muito que em seu futuro “How to Get Away with Murder” volte a ser aquela série carismática, divertida, instigante e viciante que assisti nas duas primeiras temporadas, e que volte a ser uma grande porta para assuntos importantes na sociedade e para a representatividade. Que tempos melhores venham!
5/10: Decepcionante
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