Nesta terça-feira, 11 de junho de 2013, o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba chegou ao seu sexto dia e o público pode prestigiar mais uma diversidade de filmes. Na Competitiva Olhares Brasil de Longa Metragem, o terceiro filme a ser exibido foi “A Floresta de Jonathas“, no Espaço Itaú de Cinema, no Shopping Chrystal.

 

Jonathas vive com os pais e o irmão, Juliano, em um sítio na área rural do Amazonas. A família colhe e vende frutas regionais. Os irmãos conhecem Milly, uma visitante da Ucrânia, e o indígena Kedassere. O grupo decide então passar o fim de semana em um camping. Jonathas resolve ir, mesmo contra a vontade paterna. Seduzido por Milly e pela Floresta, ele empreende a mais transformadora de suas jornadas. 

 

Juliano, Jonathas e Milly

Baseado numa história real, o diretor e roteirista Sergio Andrade aproveitou da licença poética para mostrar uma Floresta que muda de humor, como se fosse um segundo protagonista. Na grande maioria das vezes, as cenas são copostas por planos grandes e abertos, mostrando boa parte do cenário ao redor dos personagens. Isso da a sensação de que a Floresta está ali vigiando à distância tudo o que está acontecendo, e também cria um certo distanciamento.  Ao decorrer da história, sua beleza, tão acolhedora, se transforma em um ambiente hostil. Aqui vale creditar também o trabalho de som, muito bem realizado por Fabio Baldo. A floresta começa emoldurando a cena familiar de Jonathas, depois vai chamando a atenção para si, querendo o jovem a todo custo. A todo momento somos colocados entre a realidade e a ficção, às vezes sem saber se uma cena realmente aconteceu ou se foi um delírio do personagem. Assim como os demais personagens, Jonathas é completamente seduzido pela mata. Mas ao contrário dos demais, não é uma sedução passiva. Quando maltratado, tenta reagir, não se deixa entregar a seus encantos, chegando a interagir com ela. 

 

É muito comum em filmes que levam a Amazônia como tema a imagem de um lugar cheio de índios e com interação forte entre homem e animal. Não aqui. A floresta de Jonathas quebra essa barreira, com uma equipe 95% aproximadamente de pessoas do próprio estado do Amazonas, até como uma forma de crítica aos filmes feitos por pessoas de fora de região, que romantizam a situação real.