É meio complicado avaliar o esperado “O Hobbit: A Desolação De Smaug“. A quinta incursão do diretor Peter Jackson pela Terra-Média criada por J.R.R. Tolkien é luxuosa, enorme, vistosa, como não poderia deixar de ser. “A Desolação De Smaug” começa exatamente onde o primeiro filme parou. O hobbit Bilbo (Martin Freeman) e o grupo de anões liderado por Thorin Escudo de Carvalho (Richard Armitage, de “Capitão América: O Primeiro Vingador“) continuam sua jornada rumo à Érebor, antigo lar dos anões, que foi tomado pelo terrível dragão Smaug. Mas o que Bilbo achava ser uma busca para destruir o dragão e recuperar o lar dos anões acaba se revelando algo mais pérfido e nebuloso.

A primeira novidade em relação ao livro aparece logo na cena inicial. Saída de Contos Inacabados, é recriado o encontro secreto entre Gandalf e Thorin, Escudo de Carvalho, na taverna Pônei Saltitante. Meses antes da jornada em direção a Érebor, os dois fazem planos para recuperar a poderosa Pedra Arken e reclamar o reino dos anões, afinal o mago prevê turbulências no futuro. Embora “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” seja mais fiel ao livro, “O Hobbit: A Desolação De Smaug” apresenta melhor a Terra Média. Alguns fãs podem reclamar de algumas passagens, como a inclusão do elfo interpretado por Orlando Bloom e sua companheira Tauriel (Evangeline Lilly). Mesmo assim, o nível de detalhe da adaptação é incrível e as mudanças só estão lá para deixar o longa mais divertido. Jackson ainda expande o universo ao apresentar as diferenças entre as raças locais. Os Elfos são isolacioniostas, os humanos da Cidade do Lago ambiciosos e os Anões não sabem lidar com o orgulho ferido. Esses detalhes proporcionam realismo ao mundo, por mais fantástico que ele seja. A apresentação dessas facções também é importante para criar a base para Lá e De Volta Outra Vez. Além disso, o cineasta sabe encantar o público ao utilizar velhas armas de “O Senhor Dos Anéis“. Todas as fórmulas que deram certo no passado estão presentes e, por vezes, até causam sensação de Déjà-Vu. A maneira como a ajuda chega na hora certa, as coregrafias das lutas e até a forma como Bilbo fica obcecado pelo Anel lembram muito a trilogia de uma década atrás.

O uso do 3D aqui é justificado pela forma como Jackson trabalha a construção da imagem: são planos mais abertos – principalmente por ter uma variedade imensa de paisagens – e com objetos que “voam” fora da tela, sem que tudo pareça forçado como na maioria dos filmes. Realmente minha parte preferida do filme é a aparição de Smaug, a criatura literalmente salva o filme. Inacreditavelmente renderizado, o dragão é espetacular, tanto em tamanho, movimentação, textura. Pouco antes de cuspir fogo, as rachaduras na pele do peito do dragão ficam translúcidas em brasa, criando um efeito espetacular. As feições do monstro, aliadas à voz macabra e insidiosa do ator Benedict Cumberbatch (“Star Trek: Além da Escuridão“), coroam Smaug como possivelmente a mais perfeita criatura já concebida para o cinema. Realmente digna de elogios, é incrível mesmo.

 

 

Superior ao seu antecessor, “O Hobbit: A Desolação de Smaug” tem os elementos essenciais para agradar a legião de fãs de Tolkien. Além disso, como já mencionado ele tem um colossal Smaug, e acreditem, ele é tão grande que somente Bilbo consegue expressar bem o tamanho da tal criatura quando diz que as histórias contadas a ele não faziam jus à grandiosidade do dragão. Fica a dica pra ver esse filme em IMAX.

 

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