Não é de hoje que artistas pop vêm usando do cinema como fonte extra de marketing pessoal. Depois da morte de Michael Jackson, em especial, parece que a onda de gravar documentários sobre turnês mundiais ou da ascensão ao sucesso tem se tornado um objeto bastante cobiçado pela indústria fonográfica. Alguns artistas usam o recurso como extensão de seu trabalho musical, como, por exemplo, a banda Arcade Fire, outros, por outro lado, apostam mesmo no sucesso em bilheteria, como a sensação Justin Bieber e Katy Perry. E desta vez os espertinhos foram os garotos do One Direction, que lançaram no último fim de semana um documentário todinho dedicado a sua curta – e estrondosa – carreira musical.
“This Is Us” assemelha-se, inevitavelmente, à proposta de “Never Say Never” (documentário sobre Justin Bieber), onde os cinco integrantes são apresentados, através de esquetes dos bastidores de suas vidas e entrevistas francas, do momento de sua formação no programa de calouros “The X Factor” (o “American Idol” da Inglaterra), ao show histórico no O2 Arena, na Inglaterra. E pelo fato da curta carreira dos rapazes e do enfoque ao qual o documentário deseja almejar, o diretor do premiado “Super Size Me”, Morgan Spurlock, explora-os como num especial televisivo, onde o exercício documental serve apenas para esclarecer que se trata de um filme, e o 3D – num dos usos mais desnecessários feitos até hoje – para objetivar o lucro de tal.
Não é de se assustar o marketing descarado transposto em nuances dos corpos desenhados e de ações samaritanas dos garotos sensação, influenciado pelo marqueteiro número um da indústria pop, Simon Cowell, que vergonhosamente tenta transformá-los numa espécie de “novos Beatles”, e quase sobre humanamente os coloca como objeto de desejo de qualquer adolescente no mundo. E por mais carismáticos e discutivelmente talentosos que Harry Styles, Niall Horan, Liam Payne, Louis Tomlinson e Zayn Malik sejam, a exploração minuciosa de suas devidas imagens, calculadas por um exército de estilistas, como alienação de uma geração subjugada previamente pela elite executiva serve apenas para deixar ainda mais claro que o filme se trata exclusivamente de um objeto econômico.
Todos os fatos considerados, conspiratórios ou não, o que se espera de um filme como “This Is Us” é um passatempo descontraído, impagável em momentos onde Martin Scorsese dá o ar de sua graça tietando os cinco rapazes, e, julgando o charme incontestável de cada integrante, experiência clara para quem é fã e uma forma explícita de conquistar ainda mais directioners ao redor do mundo.
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One Direction: This Is Us 3D (em inglês)
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