Das tirinhas de Charles M. Schulz, a turminha de Charlie Brown e seu esperto beagle Snoopy conquistaram gerações no mundo todo, seja pelas histórias engraçadinhas, com sua reflexão pueril sobre o mundo ao seu redor, ou pelos traços e personalidades característicos das crianças. Invadindo os desenhos animados e chegando, por fim, a uma caprichada animação em 3D feita pela Blue Sky Studios, esta apresentação de “Snoopy & Charlie Brown – Peanuts, O Filme” é cheia de graça, mas fica longe de ser uma historinha memorável para todas as idades.
Todos os amigos e colegas de Charlie Brown possuem suas qualidades e defeitos próprios, mas parece que a falta de confiança do garoto, ou assim dá a entender pela sua consecutiva falta de sorte, é o principal problema na hora da aula ou até mesmo nas brincadeiras, muitas vezes privando-o de acertar alguma vez na vida. Por sorte, o gentil Charlie tem o inestimável apoio do amigo sonolento, mas bondoso, Linus e o seu fiel cãozinho arteiro, que nas horas vagas confabula aventuras épicas com o passarinho Woodstock, tudo em busca do conto de amor perfeito. A chegada de uma nova vizinha em frente a sua casa deixa Charlie, no mínimo, curioso, se não perdidamente apaixonado…
Pegando boa parte de passagens conhecidas das tirinhas e até dos desenhos animados, os roteiristas Bryan e Craig Schulz (neto e filho de Charles M. Schulz, respectivamente) e Cornelius Uliano procuram criar uma narrativa bastante divertida, sendo bastante fiéis aos elementos desse mundo onde domina a perspectiva infantil e é curioso como as crianças parecem bem dispostas e independentes (até demais) sem figuras adultas presentes, a não ser por grunhidos com instruções nas aulas. Cada personagem, desde a meticulosa Lucy, a peralta Patty Pimentinha e o pianista Schroeder, por exemplo, estão bem apresentados e têm seus momentos especiais, incluindo também a famosa composição do menino que tanto se inspira em Beethoven, reforçada com a boa trilha de Christophe Beck. Até Snoopy tem seu momento de brilhar – e vai ser duelando contra um famoso avião alemão.
Se o início é bastante gostoso de se assistir, graças à curiosa mescla da animação 3D com os desenhos “originais” em 2D à lápis, subvertendo os pensamentos das crianças, e claro, às boas piadinhas e ações delas (incluindo também o beagle branco), o problema de “Snoopy & Charlie Brown” é que as resoluções dos conflitos são fáceis demais, conformando nosso herói principal mais cedo que o esperado. Assim, outras situações (que vão cansando) são encaixadas no decorrer do ano da história (a dança do inverno é minha favorita), mais parecendo que estamos vendo um apanhado de episódios do desenho, agora modernizado e bem colorido, com músicas da Meghan Trainor e um bom uso da profundidade do 3D. Ainda assim, tendo em mãos este recurso que se tornou praticamente compulsório nas animações, faltou uma interação maior com o público, que abriria mão do conforto das poltronas para se juntar àquelas animadas brincadeiras.
Saiba mais sobre o filme:
Notícias | Diretor de “Snoopy & Charlie Brown” faz a versão Peanuts de Silvio Santos
Notícias | Fox Film do Brasil lança campanha do cobertor
Não deixe de conferir as novidades do CineOrna através das nossas redes sociais:
Facebook | Twitter | Filmow | G+ | Instagram | Tumblr | Pinterest | YouTube