Trazendo do teatro sua peça homônima sob a direção de André Pellenz, Paulo Gustavo encarna Dona Hermínia, uma mãe separada e super-protetora dos filhos Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier), além de Garib (Bruno Bebianno), o filho mais velho já casado que vive em Brasília trabalhando como veterinário. Situando as ações em Niterói (preparem-se para muitos takes de ambientações), a dona-de-casa lida com as tarefas domésticas (apesar de ter uma empregada), além de se irritar com o desleixo e a gula da filha e aceitar a homossexualidade do filho e, devido ao seu protecionismo extremo (visível e audivelmente insuportável), ela é tida como chata pelos dois, que chegam a soltar o fato de preferirem a madrasta Soraya (Ingrid Guimarães). Ao ouvir isso e outras declarações desagradáveis aos seus ouvidos, Hermínia se rebela e vai passar um tempo na casa de uma tia.
A partir daí, somos levados a vários flashbacks narrados pela grasnante voz de Hermínia, ficando naquele típico jogo do “onde foi que eu errei?”, a mãe relembrando a educação que dera aos filhos na infância junto com o ex-marido (Herson Capri), enquanto que Juliano e Marcelina tentam descobrir o porquê do sumiço da mãe e aos poucos sentem falta das mordomias, precisando depender do namorado do garoto para pedir comida da rua, já que não sabem cozinhar. Quando esperamos que esse conflito familiar terá resolução gradual, o que ocorre, no entanto, é uma sucessão de fatos comprovando a completamente desastrosa e proibitiva educação que ambos receberam, e quase nada é feito para reparar os erros, pelo contrário, atitudes corriqueiras (de mau exemplo) praticadas pelos pais são refletidas nos filhos, estes questionados sobre onde adquiriram tais hábitos. Uma crítica de comportamento, por assim dizer, muito válida e coerente sobre nossa sociedade, se não fosse pelo fato de intencionarem uma sequência trágica em seguida, mas sem impacto dramático algum, relatando a tristeza de uma personagem secundária quando perdeu o filho.
Com seus furos e exageros a parte, o roteiro retrata bem o cotidiano de uma família típica de classe média, sem poupar em palavrões e em se sustentar com piadinhas próprias para risos momentâneos. O elenco traz uma boa atuação, se prendendo aos estereótipos de suas personagens, embora Rodrigo Pandolfo logo fuja da figura comum do seu personagem, propondo uma profundidade interessante. “Minha Mãe É Uma Peça: O Filme” é previsível, conseguindo entreter à sua maneira, porém seria bem mais divertido caso o trailer entregasse menos do pouco que há de inusitado e cômico.
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