Mais uma ficção distópica chega aos cinemas. “Máquinas Mortais” é baseado na série de livros homônimos de Philip Reeve e, apesar de ser uma boa história, o longa não entregou uma boa adaptação.
A história do filme se passa depois dos anos 3.000. O planeta passou por ataques nucleares e tecnológicos e, depois disso, a Terra vive uma era em que cidades inteiras se transformaram em máquinas. Assim, aos cidades maiores caçam as menores para conseguir suprimentos.
A maior das cidades é Londres, comandada por Thaddeus Valentine (Hugo Weaving), um homem que acredita que a única forma da cidade sobreviver é aumentando seus suprimentos e investindo em tecnologia antiga. Já a protagonista, Esther Shaw (Hera Hilmar) tem como objetivo matar Thaddeus, pelo que ele fez com ela e sua mãe.
Essa é a base da história, muito parecida com o que vemos em distopias como “Divergente” e “Jogos Vorazes”. Um império que vive bem ao usufruir do trabalho dos outros. Mas dessa vez, a trama de que cidades inteiras passam a ser máquinas gigantes, em que uma população vive dentro delas é muito interessante. O problema é que o filme não soube explorar isso.
Existe sim um momento retrospectiva sobre como a humanidade acabou daquele jeito. Mas tudo é muito vago e deixa o espectador com mais perguntas do que respostas.
Por exemplo, a mãe da protagonista aparece vivendo numa casa comum, mesmo depois dos ataques, o que nos deixa em dúvida se ainda existe uma população vivendo em cidades comuns no planeta ou se todos tentam se refugiar e fugir das cidades-máquinas. Mesmo a criação das cidades-máquinas não é mostrada. O filme só apresenta aquilo como uma realidade sem se dar ao trabalho de explicá-la.
Os personagens em si são bons, mas rasos, como todo o filme. Existe a história de dor e a jornada do herói no desenvolvimento de Esther, mas tanto ela quanto Tom (Robert Sheehan) são personagens que conseguimos adivinhar os destinos do início ao fim. O roteiro é muito previsível.
O ponto positivo da história é como ela critica a nossa sociedade atual. Tanto pela adoração a entretenimentos bobos e simples, quanto pelo nosso estilo de vida. As críticas são tanto às guerras e produção de lixo quando a alimentação à base de conservantes e toxinas. E esse tipo de crítica com certeza vai aparecer cada vez mais em filmes. Seja nas distopias ou em filmes que tenham uma história atual, como foi o caso de “Aquaman”. É uma boa forma de levar o público a refletir sobre formas de consumo e de vida.
“Máquinas Mortais” tem um bom universo, uma história que dá vontade de conhecer melhor, mas a adaptação deixa a desejar.
++ Veja Mais: Crítica #2 | “Aquaman”
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