Eu sou um enorme fã de quadrinhos, acompanho a muito tempo o personagem e sou um grande admirador do criador, Mike Mignola. O selo Dark Horse, que vende os quadrinhos do Hellboy é uma das minhas preferidas. Dizendo tudo isso, quero dizer que, sim, eu conheço muito bem o personagem, e sou muito fã do primeiro filme, lá de 2oo4 com um ótimo Hellboy interpretado pelo excelente ator, Ron Perlman. E depois de 15 anos, resolveram realizar um reboot do primeiro longa. Mas será que foi mesmo necessário?
O próprio ator, Ron disse que se sentiu chateado por terem feito um novo longa sem ele, dizendo que gostaria de interpretar uma continuação. O problema é que naquela época o personagem tinha uma fan base, hoje, depois de tantos anos você precisa agradar um novo público. Ron que atualmente está com 69 anos dificilmente poderia fazer hoje o que fez no primeiro e segundo filme. Eu tentei não comparar este longa com o original de 2004, sem sucesso. O primeiro é esteticamente mais bonito, a maquiagem é muito bem feita nos personagens, o CGI estava ok para a época e não me lembro se foi usado efeito prático para as criaturas, mas se foi, um ponto a mais. O elenco era ótimo e a história te cativava com aquela atmosfera dark, escura do longa. A única diferença que vi entre esse e o primeiro é que este Hellboy está parrudo, mais bombado e a atmosfera demoníaca está mais presente.
Mas sobre o filme em si, logo digo sem rodeios que se trata de uma das buchas de 2019. O filme não se salva em nada e quando vi as críticas mundiais, entendi o porquê. O longa começa com uma maquiagem horrível. David Harbour não convence nem um pouco como personagem, não só pela maquiagem muito mal feita, mas pela falta de diálogo interessante criado para o personagem, somente seguido de inúmeras piadas sem graça e extremamente forçadas e sem timming. O longa se baseia em uma confusão e histórias em cima de histórias criando uma salada mista de cenas justificando outras. O enredo é fraco e, apesar do elenco ser bom, nem se compara ao primeiro longa. Ian McShane que é um excelentíssimo ator, não convence nem um pouco como professor Broom, o pai de Hellboy. John Hurt, fez um melhor papel nesse aspecto. A direção brilhante de Del Toro, nos abraçou com aquela mentalidade muito própria dele, com criaturas palpáveis e horrendas. Milla Jovovich, conhecida por interpretar filmes muito ruins, não faz diferente nesse, nos entregando uma das piores atuações já vistas, com muita emoção desnecessária, simplesmente horrível.
“Hellboy” é absurdamente arrastado pois não tem um história que te envolve. Na verdade é uma bagunça que você pensa, porque fizeram isso aqui? E nos entrega atores que não contribuem em nada, se tornando impertinentes com nem um pingo de habilidade de atuação, como por exemplo, Sasha Lane, que interpreta uma medium, que força nas breguices de sua personagem. Contando com um CGI bom algumas vezes mas horrível em outras, apela para uma violência gratuita no 3º ato do longa, sem necessidade, já que o filme todo foi filmado de dia, não entregando a obscuridade do personagem, nos incitando as trevas que o mesmo carrega. Uma forte falha nisso, e nos entregando também durante todo o filme uma desculpa para ouvir alguma música popular conhecida, isso ainda falando das cenas de ação que toda hora tocava algum rock. Este longa nada mais é que um erro tremendo, nos entregando um filme horrível que mesmo nos dias de hoje, não chega aos pés do bom filme de Del Toro de 2004. Não vale a ida ao cinema e não abraça nem um pouco o personagem das hq’s.
Hellboy estréia dia 16 de maio.
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