Sem ligações com “Senhora do Destino”, novela da Globo de grande sucesso entre 2004 e 2005, e baseado no livro “Prendam Giovanni Improtta”, ambos escritos por Aguinaldo Silva, “Giovanni Improtta” é o primeiro filme dirigido por José Wilker, reprisando o papel do contraventor carioca na busca da fama e também do título de cidadão “holorífico”, nas palavras do próprio, entretanto muitos tentarão impedir que as ambições de Improtta se concretizem.
17 DE MAIO NOS CINEMAS – CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
Munido de um elenco amplamente conhecido e de renome, como Andrea Beltrão vivendo a esposa Marilene, o divertido André Mattos como delegado Paulinho, e os veteranos (pouco aproveitados) Hugo Carvana, Milton Gonçalves e Othon Bastos, bicheiros que se reunem numa “cúpula” a la gabinete de Don Corleone, a trama passa a maior parte da projeção expondo o poderio e notoriedade de Giovanni, como ao livrar um dono de boteco de ser preso por ter máquinas de caça-níquel em seu estabelecimento, utilizando seu vocabulário escrachado e muita grana no bolso, além de ostentar seu luxuoso figurino brega e sua coleção de gravatas-borboleta.
Utilizando uma linguagem tradicionalmente televisiva, com predominância a planos médios e fechados, Wilker procura empregar piadinhas que provocam risos aqui e acolá, embora não traga nada inédito ao seu personagem, pelo contrário, tenta constantemente decidir se fica no lado cômico ou trágico, algo que compromete paralelamente a narrativa em vários pontos, sobretudo no terceiro ato. Na busca em parecer um filme contemporâneo, o roteiro traz temas como bullying escolar, conflitos familiares e pastor evangélico na política, e ainda acerta ao não mostrar o longa como mais um filme turístico do Rio de Janeiro repleto de tomadas panorâmicas da cidade.
Por mais que a resolução dos conflitos e a boa sequência da cadeia tornem o filme mais dinâmico, a indecisão, dita anteriormente, em permanecer entre a comédia ou explorar uma trama policial sangrenta querendo aumentar a tensão, apenas prejudica a experiência, e nem o apelido de um dos guarda-costas sendo uma homenagem ao nome de um famoso diretor, que transita tão bem entre gêneros e abusa de sangue, consegue compensar essa encrenca.
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