CineOrna_CriticaIsolados

Muito se fala sobre a prolífica fase do cinema nacional atual. Da carreira em festivais renomados ao interesse atrativo por parte do público como cinema comercial, os diretores estão cada vez mais ambiciosos com o mercado cinematográfico brasileiro. Filmes que visam desde a ideia da linguagem e mise-en-scène (os chamados filmes de arte), ao espectro mais simplório da arte, como o caso deste “Isolados”, o cinema de gênero nacional passou de um nicho para uma realidade bruta. Não à toa, a indústria vem cada vez mais segmentando suas produções.

CineOrna | Isolados PÔSTER

Isolados”, segundo longa de Tomas Portella, é um caso interessante de filme de terror pouco visto nas grandes salas do país. Sem reservas, e sem vergonha de assumir os clichês que tornam o gênero ao mesmo tempo saturado e divertido, “Isolados” é uma produção séria, como o melhor filme do Wes Craven, por exemplo, em que o grande trunfo está na manipulação de elementos a levar ao êxtase sua audiência mais assídua. Lauro (Bruno Gagliasso) e Renata (Regiane Alves) vão passar uns dias numa casa no meio da mata. A trama não nega a previsível cilada em que os dois irão se meter, já que, alguns dias antes, uma série de assassinatos e estupros contra mulheres tem assustado os moradores daquela região. Sem saber dos perigos que poderá vivenciar nos próximos dias, Renata se deixa levar pela influência do namorado autoritário, que usa a desculpa que irá cuidar dela. Mas à medida que os momentos a dois vão se tornando cada vez mais claustrofóbicos para Renata, a mesma se arrisca a sair sozinha sem que o namorado saiba. E é quando, então, “Isolados” ganha sua verve moderninha de thriller psicológico.

CineOrna | Isolados FOTO

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Infelizmente, sem conseguir sustentar o peso que o filme adquire à medida que deixa de se apoiar aos elementos clássicos pra assumir uma essência mais autoral e compacta, “Isolados” parece se transformar num espetáculo insosso de atuações exageradas e deslumbrantes, qual resultado se resume ao tédio. As texturas visuais e sonoras que traçavam os primeiros minutos da trama num harmonioso fetiche de gênero, acabam por saturar o teor sórdido e sombrio numa conclusão patética, que mais parece ter sido feita para Gagliasso mostrar os dotes do ator metódico que é.

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