Missão: Impossível – O Acerto Final” marca o oitavo capítulo da franquia com Tom Cruise no papel de Ethan Hunt. Mas será que o desfecho entrega a grandiosidade esperada?

30 anos de Missão: o fim da linha para Ethan Hunt?

Três décadas após o primeiro “Missão: Impossível“, chegamos ao oitavo e, possivelmente, último capítulo da saga: “Missão: Impossível – O Acerto Final“. Novamente sob a direção de Christopher McQuarrie, o filme traz de volta Tom Cruise como Ethan Hunt, agora em uma missão definitiva para salvar o mundo de uma ameaça digital implacável: A Entidade — uma inteligência artificial capaz de manipular informações globais.

Ao lado de seus fiéis parceiros Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames), Hunt precisa recuperar o único artefato capaz de neutralizar a Entidade, numa corrida contra o tempo repleta de perseguições, explosões e reviravoltas cinematográficas.

Uma franquia que sabe fazer ação… até demais

Se há algo que a franquia “Missão: Impossível” domina é a construção de cenas de ação de tirar o fôlego. Tom Cruise, incansável aos 60 anos, se lança em sequências impossíveis, pulando entre aviões, correndo por dentro de submarino desafiando os limites físicos que conhecemos. Nesse quesito, o filme não decepciona.

No entanto, “O Acerto Final” peca justamente pelo excesso de grandiosidade. As 2h49min de filme se alongam em momentos de contemplação e sequências que parecem mais focadas em mostrar as habilidades sobre-humanas de Ethan Hunt do que em construir uma narrativa coesa. O protagonista se move por diferentes núcleos e resolve obstáculos como se estivesse em um videogame, coletando pistas e “passando de fase” até o próximo desafio.

Um vilão genérico e personagens secundários sem brilho

Com a ameaça já estabelecida no filme anterior (“Missão: Impossível – Acerto de Contas“), “O Acerto Final” opta por não perder tempo explicando A Entidade, e até se aprofunda no perigo real que ela representa, mas não parece palpável. A escolha por Gabriel (Esai Morales) como principal antagonista soa promissora, mas a execução é frustrante: o personagem é pouco desenvolvido, limitando-se a ser mais uma peça no tabuleiro de Hunt.

Os coadjuvantes, que poderiam expandir a trama, também ficam à margem, sem arcos relevantes ou interações marcantes. A sensação é de que tudo gira em torno de Ethan Hunt — e apenas dele.

Vale a pena assistir “Missão: Impossível – O Acerto Final“?

O oitavo capítulo da franquia é um filme competente em cenas de ação, mas falha em entregar o clímax emocional e narrativo esperado para um desfecho. A sensação de grandiosidade sem propósito transforma a experiência em algo arrastado, que se apoia demais no protagonismo de Tom Cruise e pouco nos elementos que fizeram da franquia um ícone do cinema de ação.

Nota CineOrna: ⭐⭐⭐☆☆ (3/5)
Indicado para: para os fãs, é uma despedida visualmente grandiosa, mas que deixa um gosto amargo de “poderia ter sido mais”.