“Karatê Kid: Lendas” tenta reviver a magia da franquia, mas entrega um filme inconsistente e sem personalidade.

Nostalgia que não inspira

Dirigido por Jonathan Entwistle, “Karatê Kid: Lendas” tinha todos os ingredientes para um grande retorno: nostalgia, personagens icônicos como Jackie Chan e Ralph Macchio, além de novos talentos promissores como Ben Wang. No entanto, o que se vê na tela é uma tentativa rasa de explorar o sentimento nostálgico sem a profundidade que a franquia merece.

Ao invés de usar o passado como inspiração, o filme se apoia nele como uma muleta. O roteiro busca conexões emocionais que não se sustentam, criando arcos mal desenvolvidos e resoluções apressadas. Situações complexas são tratadas de forma preguiçosa, entregando desfechos forçados e pouco críveis.

Um elenco de peso mal aproveitado

É difícil acreditar que um filme com Jackie Chan, Ralph Macchio e Ming-Na Wen consiga deixar seus talentos em segundo plano. Chan, conhecido por seu carisma e maestria nas cenas de ação, aqui é subutilizado. Macchio retorna como Daniel LaRusso, mas sem o brilho e a profundidade que conquistaram gerações. Ming-Na Wen também aparece de forma superficial, sem o destaque que seu talento merece.

Quem consegue se destacar é Ben Wang, que, mesmo com um roteiro limitado, entrega momentos de leveza e carisma. Infelizmente, a direção não explora o potencial do ator, que poderia ter sido o grande diferencial do filme.

Cenas de luta: um mar de cortes e pouca emoção

Se existe um ponto crucial em qualquer “Karatê Kid“, são as cenas de luta. Em “Karatê Kid: Lendas“, a edição fragmentada torna a experiência cansativa, com cortes excessivos que dificultam a imersão. A sensação de fluidez e impacto, característica dos filmes clássicos de artes marciais, está ausente. Ao invés de prender a atenção, as lutas parecem ensaiadas demais e sem autenticidade.

Vale a pena assistir “Karatê Kid: Lendas“?

O novo capítulo da franquia não ofende, mas também não empolga. É um filme que não chega a ser um desastre, mas fica muito aquém do legado que carrega.

Nota CineOrna: ⭐⭐☆☆☆ (2,5/5)
Indicado para: para os fãs da saga, pode servir como um leve exercício de nostalgia, mas dificilmente será lembrado como um marco.