O novo filme de Sophia Coppola, “Bling Ring: A Gangue de Hollywood”, é maravilhoso. Baseado em um artigo da revista norte-americana Vanity Fair, “The Suspectr Wore Louboutins”, é uma história inspirada em fatos reais, onde um grupo de adolescentes estudante de uma escola alternativa monta um esquema de roubos nas casas de algumas celebridades de Hollywood, em Los Angeles, entre elas Paris Hilton, Lindsay Lohan e Tom Cruise. Você poderá conferir o artigo original na íntegra AQUI.

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O filme chama atenção por vários motivos, sendo os de maior destaque os diálogos, o ritmo, a trilha sonora e a atuação de Emma Watson. Os diálogos são muito naturais, cheios de gírias e palavrões, mas sem parecer artificial, o que normalmente ocorre quando se trata de adolescentes. As falas são colocadas nos momentos certos, várias vezes as personagens falam juntas, não deixando entender muito bem quem disse o quê, algo muito natural na vida real. Além disso, a atuação de Katie Chang, Israel Broussad, Emma Watson, Claire Julien, Taissa Farmiga e Georgia Rock estavam em uma sintonia muito boa, realçando a boa construção das falas.

Sobre o ritmo, acho interessante comparar com o “The Bling Ring” lançado pelo diretor Michael Lembeck no ano de 2011. A história era a mesma, mas o filme era previsível do início ao fim, e em um determinado momento chegava a ser cansativo e entediante. Na versão de Sophia, o tempo passa tão rápido e a história toda possui um foco só, que você não se perde praticamente em momento algum, sem nunca ficar entediado. Mesmo com as repetições de situações, principalmente a respeito dos roubos na casa de Paris Hilton, cada roubo é uma situação diferente, com um enquadramento diferente, mantendo um ritmo agradável e que faz você esquecer de que tudo é previsível. E isso faz parte de um trabalho em ótima harmonia entre as partes de roteiro, direção, montagem e sonoplastia.

A respeito do som, pode-se dizer que foi um trabalho muito bem elaborado, que ajudou a dar ritmo ao filme. A escolha das músicas deu profundidade por não tentar fazer o que Michael Lembeck fez em sua versão, tentar fazer do filme uma espécie de “drama-teem”.

E o que falar de Emma Watson, senão que ela deixou para trás o perfil de Hermione Granger, o qual desempenhou por mais de dez anos para o cinema, para mostrar que é uma atriz de verdade, com um grande potencial em ascensão? Ela já havia mostrado suas habilidades antes em “Dançando Para a Vida”, 2007, e “As Vantagens de Ser Invisível”, 2012, e agora chegou para arrasar.

Sobre o enredo, não há muito que falar. O foco da história são os adolescentes, em especial Marc e Rebecca. Marc foi parar na escola alternativa depois de ser expulso por cabular aulas demais. Ele simplesmente não sentia vontade de ir para o colégio, muito menos de socializar com os colegas, afinal sempre se achou feio e nem um pouco descolado, o que o levou a ter dificuldades em criar amizades. Na nova escola, conhece Rebecca, que foi expulsa de seu antigo colégio por portar “substâncias que aparentemente não deveriam estar em uma escola”. Os dois logo se tornam amigos, ao que parece, ele ajudando-a em pequenos furtos pela cidade enquanto ela o ajudava a se tornar o cara legal da turma. Marc logo se torna popular, algo com que sempre sonhou. E em geral os personagens, muito bem construídos, possuíam uma vida vazia e buscavam compensar isso através dos roubos, como uma espécie de conquista da vida glamourosa que as celebridades levam. A diretora e roteirista Sophia Coppola não chamou muita atenção para as famílias dos jovens, nem para o que eles perderam ao serem condenados. O foco é bem delimitado: os roubos. Tem uma questão interessante, que serve também como uma crítica social, que é o fato de Nicki (Emma Watson) dizer que quer trabalhar pela caridade, se doar ao próximo e lutar pela paz enquanto pratica os crimes pela cidade de Los Angeles. A crítica seria à hipocrisia das classes média e alta que dizem de maneira vazia que todos devem praticar o bem, mas não levam esse espírito para suas atitudes.

 

 

Esse é um filme bom e divertido. Apesar de se tratar de um filme adolescente, não é necessariamente voltado para este público, podendo agradar à pessoas de várias faixas etárias. São muitos os pontos que fazem o filme valer a pena, como já citei anteriormente. Recomendo!

 

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Bling Ring: A Gangue de Hollywood

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