Fábio Porchat está virando uma figura comum nos filmes (e séries) de comédia brasileira, procurando sempre misturar elementos da chanchada e da cultura pop tanto em seus personagens como em seus roteiros. Em “Meu Passado Me Condena” o ator se junta com a atriz Mía Mello e partem numa descontraída, porém sonolenta viagem de lua de mel para a Itália a bordo de um cruzeiro internacional sob a direção de Júlia Rezende.
Fábio (Porchat) e Mía (Mello) se conhecem há pouco tempo e inventam de se casar no cartório, apressando-se para embarcar no luxuoso navio italiano Costa Favolosa. O luxo permanece fora da suíte do casal por medida econômica do recém-casado, que se mostra um completo pão-duro; tudo o que consumirem e fazerem de atividades no cruzeiro é o que deve estar incluso no pacote comprado. Obviamente, isso vai frustrando a moça assim como afetando o seu casamento em menos de 24 horas. E é numa das programações inclusas do pacote que Fábio procura aproveitar o máximo que o casal vai se deparar com seu maior conflito: seus antigos interesses amorosos, o empreendedor e esbelto Roberto Assunção (Alejandro Claveaux) e Laura (Juliana Didone), sua esposa e especialista em medicina alternativa. Roberto fora ex-namorado de Mía, enquanto Laura era a paixonite de Fábio nos tempos de escola.
Agora, se tripulação e passageiros cruzam o Atlântico a bordo do poderoso cruzeiro, o ritmo da narrativa vem bem atrasado. Entre tantos picotes de planos fechados na edição, o que poderia significar uma montagem mais ágil, o andamento do filme demora de fato para engrenar e, quando já esperamos que Mía e Fábio tenham resolvido suas questões, eis que o navio para no Marrocos e agrega mais um impasse à jornada do casal: a chegada do mochileiro Cabeça (Rafael Queiroga), amigo de infância de Fábio que vai fazer de tudo para que o recém-casado volte aos tempos de solteiro. Embora Queiroga não seja um ótimo humorista, o fluxo do filme passa a melhorar com sua presença, aumentando (e até muito) o número de incidentes cômicos, como na peculiar despedida de solteiros com outros passageiros e a festa à fantasia que traz como trilha a música Hot And Cold, da Katy Perry, que não poderia ilustrar melhor as confusões do casal. Contudo, talvez o que propociona a diversão do filme mesmo são as pilantragens de Wilson (Marcello Valle) e sua ex-esposa Suzana (Inez Viana), tripulantes que fazem de tudo para ganhar um dinheiro por fora e abandonar o navio, sem contar o fato de desejaram o “melhor” ao casal principal.
Com boas participações de Stepan Nercessian e Elke Maravilha, a continuação(?) da série exibida no canal pago Multishow infelizmente traz a sensação de redundância, as mesmas situações vistas em outros títulos do gênero e uma linguagem visual há muito saturada, além do casal protagonista que, pelo menos pra mim, permaneceu pouco acreditável.
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