A décima primeira edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro reuniu os principais nomes do cinema nacional no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (15). O grande vencedor da noite foi o filme “O Palhaço”, de Selton Mello, que conquistou 12 troféus Grande Otelo. “Dirigir é escrever o que sinto e expressar os meus sentimentos mais profundos. Ganhar esse prêmio (de ‘Melhor Diretor’) é como se fosse um ‘Segue aí, garoto. Vai indo!’”, comemorou Selton. A torcida pelo filme continuou no discurso de Plínio Profeta, vencedor na categoria ‘Melhor Trilha Sonora Original’: “Agora é rumo ao Oscar!”. O evento teve direção artística de Ivan Sugahara, um dos diretores teatrais mais requisitados da atualidade (“A Serpente”, “Vida, O Filme”), com cenografia do premiado Marcos Flaksman e iluminação de Paulo César Medeiros.

 

Ao todo, foram 25 vencedores, sendo 21 escolhidos pela Academia e três eleitos pelo voto popular. A cerimônia foi apresentada pelos atores Erom Cordeiro, Cíntia Rosa e Cristina Lago, que encenaram trechos de filmes do diretor Carlos Diegues, grande homenageado da noite que completa 50 anos de carreira (desde a estreia de seu primeiro filme “Cinco Vezes Favela”, em 1962). O diretor se emocionou com a grande surpresa da noite: após exibir um trecho do filme “Bye Bye Brasil”, um caminhão igual ao usado no longa-metragem entrou no palco, com José Wilker, Betty Faria e Zaira Zambelli na parte de trás. “Quando Roberto Farias, diretor-presidente da Academia Brasileira de Cinema, me telefonou, eu disse que era muito novinho para esse tipo de homenagem. Espero que o cinema brasileiro seja para o século XXI o que Hollywood foi para o século XX. Enquanto isso, vou fazendo minha parte”, disse Diegues.

Diretor, produtor e roteirista, o cineasta é um dos nomes mais importantes do cinema nacional desde o período do Cinema Novo. Dirigiu 17 longas-metragens e 12 curtas-metragens e ganhou mais de 20 prêmios internacionais, como o de melhor filme para “Bye Bye Brasil”, no Festival de Londres. Já o Prêmio de Preservação foi em memória ao cineasta Gustavo Dahl, falecido em junho de 2011. Diretor e crítico de cinema, ele fez parte do grupo de teóricos do Cinema Novo e esteve à frente dos principais órgãos públicos ligados à atividade audiovisual.

 

O público elegeu como favoritos a melhor longa-metragem estrangeiro o filme “Rio”, de Carlos Saldanha, e como melhor longa-metragem documentário, “Quebrando Tabu”, de Fernando Grostein Andrade. “O Palhaço” foi escolhido pelo voto popular como melhor longa-metragem de ficção.

 

O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro é realizado pela Academia Brasileira de Cinema e pela Espaço/Z e conta com o patrocínio da TV Globo através da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e da Prefeitura do Rio de Janeiro por meio da RioFilme. A premiação tem o apoio do Globo Filmes, Canal Brasil, Cinemark, Telecine, PWC, ClearChannel, Kinoplex e UCI.

 

 

XI GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO 2012 – Vencedores

 

MELHOR LONGA–METRAGEM DE FICÇÃO – VOTO POPULAR

PALHAÇO, O de Selton Mello. Produção: Vania Catani por Bananeira Filmes

 

MELHOR LONGA–METRAGEM DOCUMENTÁRIO – VOTO POPULAR

QUEBRANDO O TABU de Fernando Grostein Andrade. Produção: Fernando Menocci, Silvana Tinelli e Luciano Huck por Spray Filmes

 

MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO – VOTO POPULAR

RIO (Rio, Animação, EUA) – dirigido por Carlos Saldanha. Distribuição: Fox Film do Brasil.

 

MELHOR LONGA–METRAGEM DE FICÇÃO

PALHAÇO, O de Selton Mello. Produção: Vania Catani por Bananeira Filmes

 

MELHOR LONGA–METRAGEM DOCUMENTÁRIO

 LIXO EXTRAORDINÁRIO de João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker. Produção: Hank Levine por O2 Filmes e Angus Aynsley por Almega Projects

  

MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL

UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA de André Alves Pinto e Cesar Rodrigues. Produção: Diler Trindade por Diler & Associados

 

MELHOR DIREÇÃO

SELTON MELLO por O Palhaço

 

MELHOR ATRIZ

DEBORAH SECCO como Bruna Surfistinha por Bruna Surfistinha

 

MELHOR ATOR

SELTON MELLO como Benjamim/Palhaço Pangaré por O Palhaço


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

DRICA MORAES como Larissa por Bruna Surfistinha

 

MELHOR ATOR COADJUVANTE

PAULO JOSÉ como Valdemar/Palhaço Puro Sangue por O Palhaço

 

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

ADRIAN TEIJIDO, ABC por O Palhaço


MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

CLAUDIO AMARAL PEIXOTO por O Palhaço


MELHOR FIGURINO

KIKA LOPES por O Palhaço

 

MELHOR MAQUIAGEM

MARLENE MOURA e RUBENS LIBÓRIO por O Palhaço

 

MELHOR EFEITOS VISUAIS

CLÁUDIO PERALTA por O Homem do Futuro

 

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

MARCELO VINDICATTO e SELTON MELLO por O Palhaço


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

ANTONIA PELLEGRINO, HOMERO OLIVETTO e JOSÉ CARVALHO por Bruna Surfistinha. Adaptado da obra “O Doce Veneno do Escorpião” de Bruna Surfistinha

 

MELHOR MONTAGEM FICÇÃO

MARILIA MORAES e SELTON MELLO por O Palhaço

 

MELHOR MONTAGEM DOCUMENTÁRIO

PEDRO KOS por Lixo Extraordinário


MELHOR SOM

JORGE SALDANHA, MIRIAM BIDERMAN, RICARDO REIS e RODRIGO NORONHA por O Homem do Futuro


MELHOR TRILHA SONORA

VLADIMIR CARVALHO por Rock Brasília

 

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL

PLÍNIO PROFETA por O Palhaço


MELHOR CURTA-METRAGEM FICÇÃO

PRA EU DORMIR TRANQUILO dirigido por Juliana Rojas


MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

VERDADEIRA HISTÓRIA DA BAILARINA DE VERMELHO, A dirigido por Alessandra Colassanti e Samir Abujamra


MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO

CÉU NO ANDAR DE BAIXO, O dirigido por Leonardo Cata Preta


MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO

MEIA NOITE EM PARIS (Midnight in Paris, Ficção, EUA / Espanha) – dirigido por Woody Allen. Distribuição: Paris Filmes