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Com uma ideia simples e bem executada, o curta “Lights Out” viralizou na Internet graças ao poder do compartilhamento e a promessa (superestimada, convenhamos) de uma experiência assustadora em seus poucos minutos de duração. Encontrando a afinidade de James Wan (“Invocação do Mal 2“), o projeto de David F. Sandberg ganhou a oportunidade de explorar a fundo o seu elemento de terror em um longa-metragem de orçamento mais folgado e tendo em mãos uma equipe de confiança do produtor, embora seu potencial assustador corresse o risco de perder a “graça” durante a projeção. Dirigido por Sandberg, “Quando As Luzes Se Apagam” se assegura de seus sustos eficientes, mas é falho em uma proposta dramática insossa que se apega a clichês.

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Aos olhos de qualquer conservador, a quantidade absurda de pôsteres de bandas de metal e objetos tenebrosos espalhados no apartamento de Rebecca (Teresa Palmer) diria que ela é satanista ou qualquer coisa parecida, mas, ao contrário de tal pensamento retrógrado, a carismática moça vive muito bem sozinha e até mesmo dispensa a companhia noturna de Bret (Alexander DiPersia), um típico “galã feio” que insiste em se intitular seu namorado. Apesar de sua pose confiante, é na solidão que Rebecca volta e meia lembra de sua infância assombrosa, um terror que ela voltará a se defrontar a partir do momento em que seu irmão mais novo, Martin (Gabriel Bateman), vem ao seu encontro dizendo que não dorme há dias por ter notado barulhos e uma presença na escuridão na casa de sua atormentada mãe, Sophie (Maria Bello).

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Se “A Bruxa” e “Invocação do Mal 2” focaram na construção de atmosferas aterrorizantes com eficácia combinada a um apuro técnico, “Quando As Luzes Se Apagam” se dispõe ao que um espectador busca de mais comum no gênero. Mas não são apenas de sustos e cenas de mortes que se sustentam um filme de horror, logo, o roteirista Eric Heisserer (“Premonição 5“) trata de engrossar a narrativa atribuindo uma certa história de origem à “entidade” que é apresentada como Diana, algo que move os dois irmãos em busca de respostas e uma chave para o fim deste tormento que os persegue em quase todos os lugares onde não há luz. Uma vez que a maioria das cenas com a presença de Diana se mostra inventiva e até enfatizada com um bom design de som, as demais ações vistas no decorrer do filme beiram aos mais amadores clichês roteirísticos, tais como blackouts súbitos, portas que não se abrem mais e falas expositivas, agravando-se ainda mais na catastrófica relação entre mãe e filhos que, desde o início, surge desinteressante principalmente pelo atuação confusa de Maria Bello e o elo que sua personagem possui com a “criatura”.

Apesar de seu conceito geral maliciosamente divertido, talvez o elemento mais decepcionante de “Quando As Luzes Se Apagam” seja o fato de Sandberg e Heisserer se abdicarem da paranormalidade de sua personagem (bem introduzida no primeiro terço do filme) e relegarem-na para uma causa psicótica cujo desfecho é totalmente desprovido de comoção e coerência, algo que já era claramente perceptível durante a trajetória da narrativa.

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Para aqueles que reservam estimativas baixas, o filme pode se mostrar um bom programa com tudo o que já é esperado de uma típica produção de terror e, quem sabe, encontrar uma nova, porém redundante, inspiração para assustar conhecidos após a sessão nas circunstâncias mais escuras, algo que periga ser melhor do que a prévia experiência fílmica.

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