Trazer contos de fadas de volta para os cinemas já não é mais novidade. A febre se iniciou há bastante tempo, lá em 2011 com o filme “A Garota da Capa Vermelha“, versão suspense de Chapeuzinho Vermelho. Logo se sucederam diversos longas-metragens que deram uma repaginada nos personagens já tão conhecidos das histórias infantis, tivemos de Branca de Neve guerreira em “Branca de Neve e o Caçador” até João e Maria vingadores em “João e Maria: Caçadores de Bruxas“. É com o último lançamento da Disney, porém, que este que já pode ser categorizado como um subgênero, atinge um outro nível de excelência. 

Em “Malévola o público ultrapassa o jardim de espinhos que cerca o reino de “A Bela Adormecida” para conhecer um outro lado de uma das maiores vilãs não apenas dos contos de fadas, mas também das animações da Disney. Como no famoso musical da Broadway Wicked, em que vemos a Bruxa Má do Oeste de “O Mágico de Oz” com outros olhos e descobrimos que na verdade ela não era tão malvada assim e que existem motivações bondosas ou no mínimo justificáveis para seus atos, Malévola também possui um lado B bastante interessante de se conhecer. Se em Wicked, a Bruxa Má afirma que “toda boa ação gera punição”, Malévola (Angelina Jolie) com certeza seria a primeira a assinar em baixo. Conhecemos a vilã ainda menina, em seu habitat natural, sua vida campestre e solidaria e, quem diria, o início de um relacionamento carinhoso entre ela e o futuro Rei Stefan (Sharlto Copley). Acompanhamos a partir de então a evolução da garota em mulher e da fada caridosa a bruxa capaz de lançar um feitiço mortal em um bebê.

Um dos aspectos mais interessantes da história é descobrir, além deste passado de Malévola, o relacionamento próximo existente entre ela e Aurora (Ellie Fanning) ao longo da vida da princesa até o ponto conhecido pelo público pela animação da Disney de 1959. Dentre as princesas clássicas, com a elegância e a delicadeza como suas maiores características, nesta adaptação Aurora, assim como a personagem-título, também recebe uma maior profundidade de caráter, exibindo traços de coragem e bravura, além de explorar ainda mais sua curiosidade e amor pelos seres ao seu redor, sejam estes animais, plantas, seres mágicos ou até mesmo uma obscura mulher com chifres.

O fiel companheiro e aliado de Malévola continua sendo seu corvo de estimação, que por sua vez também está no grupo de personagens com maior desenvolvimento. Descobrimos na adaptação que o corvo não é apenas os olhos e as asas de Malévola, mas em forma de homem e com o nome Diaval (Sam Riley), ele é também um conselheiro e companheiro. 

Com tantas novas visões, introduções e descobertas, alguém teria que sair perdendo. Embora as fadas madrinhas tenham menos tempo de exibição na tela e não apareçam cuidando tanto de Aurora como na animação original (principalmente porque a princesa agora conta com uma nova amiga), as fadinhas são bem introduzidas e possuem cenas engraçadas o suficiente para fazer valer seus papeis. Já Príncipe Phillip (Brenton Thwaites) não pôde provar de tanto luxo, seu papel na trama é extremamente reduzido. Afinal, com tantos novos caminhos e histórias, pouco tempo sobra para romance. Além disso, o roteiro escrito por Linda Woolverton ainda dá abertura para o questionamento sobre a paixão à primeira vista e a possibilidade de um beijo do verdadeiro amor após apenas um encontro. É o toque moderno e realista para a história representada no cinema pela primeira vez há mais de cinquenta anos. 

Apesar das tantas novidades, a trama tem êxito em se encaixar perfeitamente no ambiente já conhecido de “A Bela Adormecida” e tem a vantagem de aprofundar o espectador no conhecimento sobre cada personagem e cada acontecimento, e o melhor: em um roteiro sem furos. Já o aspecto visual do filme não fica atrás, aliás, pelo contrário. O diretor Robert Stromberg tem em “Malévola” seu primeiro trabalho por trás das câmeras, mas sua experiência em efeitos visuais é vasta. No currículo de Robert Stromberg estão filmes como “O Labirinto do Fauno, “Ilha do Medo”, “Jogos Vorazes” e “As Aventuras de Pi”.  Como Designer de Produção ele assinou ainda “Avatar”, “Alice no País das Maravilhas” e “Oz: Mágico e Poderoso”. As criaturas mágicas vistas em “Malévola” realmente fazem lembrar seu trabalho em “Alice no País das Maravilhas”. A excelente qualidade é a mesma, mas em “Malévola” existe a vantagem de esse vislumbre fotográfico levar uma história muito melhor estruturada.

Para completar, o elenco. Cada um dos atores escalados para este filme parece ter nascido para interpretar aquele papel. Agora sim, ainda mais mérito ao estreante Robert Stromberg. Mesmo estando na indústria há muitos anos, é de se espantar que esta seja a primeira vez que Stromberg dirige atores. Mérito maior, é preciso dizer, vai para o talento generoso e imenso de todos eles. Estes sim, bastante experientes. Desde a doce Elle Fanning, que apesar da pouca idade já tem um belo currículo nas mãos, até a poderosa Angelina Jolie, que há tempos não tinha para si um papel digno como este. Sharlto Copley se revelou no incrível “Distrito 9″ e, apesar de não ter espaço para se superar desta vez, dá o melhor que personagem pode receber. Sam Riley é um misterioso corvo que tem a habilidade de não cair na cilada gótica que o personagem o poderia levar. Imelda Staunton, Lesley Manvilee e Juno Temple dão a graciosidade atrapalhada que toda fada madrinha precisa ter.

 

 

Quando o assunto é qualidade técnica e artística a Disney não apenas nunca decepciona como se desenvolve a cada dia, um trabalho incrível de merecido reconhecimento. Cada novo filme, um novo espetáculo. O roteiro, super minucioso, bem estruturado, claro, não fica atrás, dando ao espectador uma história interessante, emocionante de puro entretenimento. Para ficar ainda melhor, “Malévola” continua o trabalho da Disney em deixar as convenções de lado, de olhar para as crianças de hoje e tentar atrair também o público jovem e adulto. Vimos essas características em seus últimos trabalhos e dessa vez o estúdio se supera com uma trama que vira de cabeça para baixo um de seus maiores clássicos.  E, acredite, dessa vez você vai torcer pela vilã.

 

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