Esse mês estreia, pela Paramount Pictures, mais um filme com tema de apocalipse zumbi. “Guerra Mundial Z” possui direção de Marc Foster (“O Caçador de Pipas“) e tem Brad Pitt como ator principal. Particularmente, achei o filme interessante, um dos poucos desse tema que me prenderam a atenção. Em vários aspectos me lembrou bastante “Eu Sou a Lenda”, principalmente o fato de o protagonista ser a única pessoa no mundo inteiro que seria capaz de encontrar a cura para o contágio zumbi. Porém não pude deixar de notar algumas falhas. Aviso: o texto possui spoilers!
O filme começa com imagens de concentrações de animais, como enxames de abelhas, um bando de pássaros voando, um formigueiro; alternadas com imagens de aglomerações humanas, pessoas atravessando as ruas, pegando metrô, perambulando aleatoriamente. Por cima das imagens, há uma espécie de película em tiras, deixando parte da tela fora de foco. As imagens são acompanhadas pelo som de notícias de jornais televisivos e de rádio anunciando a chegada de uma nova doença, uma espécie de vírus que ainda não teve nenhuma vítima fatal e que ninguém sabe explicar ao certo. Tudo isso junto da a sensação de que o ser humano, para a natureza, nada mais é do que mais um animal no planeta Terra, e também de que o que vemos é só parte do problema, que nós, como humanos, não enxergamos aquilo que realmente deveríamos ver e da forma como deveríamos ver (prenunciando parte do filme).
Introdução ótima, bem como os primeiros trinta minutos do filme, quando o Gerry e sua família fogem dos zumbis pela cidade de Nova York. Porém os problemas do filme aparecem quando eles são levados para um navio por amigos de Gerry, que trabalham para o governo. Lá ocorrem investigações a respeito do ocorrido. Um virologista de Harvard, de apenas 23 anos, está convencido que a causa dos zumbis não é viral e que para gerar um antídoto é necessário buscar a origem do zumbi, “a mordida zero”, que a princípio seria na Coréia do Sul. A Gerry é imposta a tarefa de escoltar o doutor em meio ao caos, uma vez que ele não tem treinamento. Agora um parêntese. Por que Gerry? Tudo bem que ele foi um agente especial da ONU e que tem treinamento militar e um conhecimento de sobrevivência além do comum, mas poderia ser qualquer outra pessoa naquele navio. Voltando ao filme.
No desembarque na Coréia o virologista morre, e Gerry é obrigado a seguir a busca pela cura dos zumbis. Ele segue para Jerusalém, uma das poucas cidades no mundo que ainda não foi atacada pelas criaturas. Fato interessante, esse é o primeiro filme atual que vejo os norte-americanos buscarem ajuda com os árabes. Acontece que justamente quando nosso protagonista chega, a cidade é tomada por zumbis. Para sobreviver, ele cola no pé de uma soldado americana que lá está, e acaba salvando a vida da mulher: um zumbi a morde e Gerry amputa sua mão, impedindo que não-vírus zumbi se espalhasse. Os dois entram em um avião que parte para a Europa. No meio do voo, Gerry repentinamente acredita ter descoberto algo a respeito da cura, mas permanece em silêncio. Enquanto isso, um zumbi sai do bagageiro e ataca todos os tripulantes. Em um ato de desespero, a soldado explode uma bomba (ela explode uma bomba em um avião, enquanto ele está no ar). O resultado não poderia ser outro, se não a queda do avião. Por sorte do destino, Gerry e a soldado são os únicos sobreviventes, e eles se dirigem a um laboratório de pesquisas biológicas, perto do local da queda. Lá eles explicam o que se passa, e contam a sua teoria: de que os zumbis só atacam pessoas com metabolismo saudável, que ignoram pessoas doentes; para se camuflar e se proteger deles, a população deve ser infectada com outras doenças graves, como a febre amarela, por exemplo. Porém, um problema. Todas as amostras de doenças estão na Ala B, que está tomada por zumbis. Gerry possui uma nova missão, enfrentar os zumbis e salvar a humanidade. E assim é, com a ajuda da soldado e de um farmacêutico, para mostrar o caminho, Gerry consegue provar que sua teoria estava certa ao se infectar com um vírus poderoso e passar despercebido por entre as criaturas. Passado isso, ele é levado de volta a sua família e toda a humanidade é salva – enquanto os zumbis são queimados em uma espécie de limpeza global.
Tudo bem que é um filme de zumbi, e que eles precisam de uma cura para o “vírus” para dar esperança à humanidade, mas considerar que os governos do mundo inteiro iriam ignorar o fato de os hospitais não serem atacados pelos zumbis é um erro tremendo para um filme desse porte. Tirando isso, a utilização do 3D está muito bem feita, usada para dar profundidade, e não para saltar zumbis em cima da plateia. E o som, na maioria das vezes, dialoga muito bem com o filme, principalmente nas horas de suspense, sem apelar muito. Só é apelativo nas horas bonitinhas, quando tocam violinos e tudo o mais. Super recomendo o filme, é uma ótima diversão, ou então, um ótimo entretenimento.