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Antes de mais nada deixe-me dizer que não li os livros de “Cinquenta Tons de Cinza“, então minha opinião será baseará totalmente no filme, no qual tive oportunidade de ver antes mesmo da estréia.

CineOrna | Cinquenta Tons de Cinza - PÔSTER

Para começar essa crítica faço uma pergunta, pornografia é arte? o que se tenta vender aqui é uma ideia sutil de pornografia romantizada ou simplesmente a sétima arte se perdeu de vez? bom, vamos aceitar que esse filme é comercial (e isso já diz muita coisa por si só) é um filme pra vender, pra fazer bilheteria, pra te levar a sala de cinema, se tiver conteúdo o filme acaba ganhando um ‘plus’, realmente ou o mundo se perdeu de vez ou eu que tenho minha opinião contrária sobre esse tipo de filme, meu ponto é , tentar romantizar ‘tudo’ simplesmente para vender não é uma boa ideia, mulheres e meninas tendem a sonhar e idealizar muito uma vida perfeita ao lado de um homem incrível (e claro) ele não existe, e daí o que fazem? isso mesmo, elas se deixam sonhar pela literatura e filmes, mas a única diferença de Christian Grey (Jamie Dornan) para um homem normal é: se fosse um homem normal já estaria preso, porque é impossível um cara fazer as coisas que faz sem incomodar uma mulher, de nenhuma maneira, mas claro, boa pinta, bilionário, charmoso, bonito e intimidador a gente releva não é? NÃO, ponhamos os pés no chão gente, não é assim que a vida funciona.

Esses personagens de filmes, livros são tão concretos para as leitoras e qualquer tentativa de derrubar o mito é seguida de uma chuva de críticas sobre o iconoclasta estraga-prazeres. E entendo o motivo, elas não querem perceber que aquilo é um conto erótico ficcional. Assim como um religioso fanático ou um torcedor fiel, precisam imaginar que aquele céu é possível, e aí de você se criticar os ídolos dessas fãs. Existe alguma razão para tanto ardor atrás do fanatismo, uma falta substancial em sua vida concreta que faz com que os devaneios com um personagem imaginário seja tão indispensável. Nisso não vai nenhuma acusação, mas uma reflexão. O que prende as leitoras da história de “Cinquenta Tons de Cinza“, na minha visão, não é o sadomasoquismo, mas a dor e sua cura pelo amor. É esse o gancho e fascínio das mulheres. Elas se vestem no corpo de Ana (Dakota Johnson) na tentativa de curar um homem enigmático e lindo acreditando que o amor tem essa força. Essa ideia reafirma uma fantasia feminina de que seu sentimento de amor tem o poder mágico de transformar um homem fechado, amargurado e violento em alguém expansivo, aberto e regenerado. O problema é elas imaginarem que o amor que sentem pode curar feridas de uma pessoa. E isso pode ser demorado, perigoso e corrosivo para suas vidas. Na vida real pode chegar a assassinato. Por isso tomar um personagem como Christian Grey como exemplo na vida real não deve ser encorajado.

CineOrna | Cinquenta Tons de Cinza - FOTO

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“Ele fazia tudo por ela, isso é amor!” Não querida leitora, não é amor, isso é fixação, sequestro emocional e roubo de identidade. Se uma mulher (ou homem) acha que amor é ter um escravo que atenda todos os seus anseios, faltas e buracos emocionais existe um grande problema. O problema é esperarem que um homem (não humano) com super-poderes ofereça isso a elas e acharem que pelo simples fato de serem mulheres já estão realmente prontas para viver tudo isso. O livro “Cinquenta Tons de Cinza” na minha visão não me parece um manual “de como os homens deveriam se comportar na cama”, mas um retrato de como andamos cansados de nós mesmos e ainda insistimos em jogos psicológicos para sentir algum tom de vivacidade nessa vida carregada de automatismo. Se não estivéssemos esperando um milagre econômico ou uma epopéia amorosa banhada a chicotadas para dar rumo a essa perda de sentido na vida seria ótimo. Temos que trabalhar nossas emoções sem descanso para tanto. Precisamos de intensidade na vida, quem dera fosse uma meia dúzia de palmadas na hora do sexo que proporcionasse isso…
O filme não é ruim ao todo, mas deixa muito a desejar, os diálogos entre o personagens são fracos, a estética do filme é bonita mas leva muito a sério o tema ‘cinza’, os atores Jamie Dornan e Dakota Johnson não fazem feio seu trabalho, mas o filme peca porque se perde muito fácil e você perde muito facilmente o interesse pelo filme durante algumas cenas. O filme em si é mais uma aceitação nossa (homens) do que as mulheres gostam nesse tipo de filme e uma realização fantasiosa de muita mulheres carentes fisicamnete e emocionalmente, e não esqueçamos que é um filme com muita base psicológica pra psicólogo nenhum botar defeito!

Saiba mais sobre o filme:

Notícias | “Cinquenta Tons de Cinza” recebe classificação 16 anos

Crítica:

Crítica 02 | “Cinquenta Tons de Cinza, por Carlos Pedroso

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