Elenco estreladíssimo, composto, em sua maioria, por atores de grande fama que já foram agraciados com o Oscar (ou, ao menos, com uma nomeação para o prestigiado prêmio hollywoodiano) + enredo que tem como base um drama familiar + mensagem de positividade de fim/começo de ano = receita infalível de sucesso? Bem, “Beleza Oculta” (“Collateral Beauty”) mostra que o resultado dessa combinação pode ser, em verdade, um tanto quanto desastroso.
Dirigido por David Frankel (de “Marley & Eu” e “Apenas uma Chance”) e com o roteiro assinado por Allan Loeb (de “Esposa de Mentirinha” e “Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”), o filme traz a história de Howard (Will Smith), um empresário de sucesso na área de publicidade que, após uma tragédia pessoal, põe em risco o negócio que construiu em parceria com Whit (Edward Norton), seu melhor amigo, e seus colegas Claire (Kate Winslet) e Simon (Michael Peña).
Desesperados, seus parceiros de trabalho veem uma oportunidade de recuperar o fôlego da empresa ao se encontrarem com os atores Brigitte (Hellen Mirren), Amy (Keira Knightley) e Raffi (Jacob Latimore), os quais aceitam o desafio proposto pelo grupo de criar representações do Amor, do Tempo e da Morte, figuras com quem o personagem de Will Smith anda se “comunicando” através de cartas – tudo isso para comprovar como a depressão deste vem afetando a sua incapacidade para gerir os negócios.
Lançado próximo do Natal nos Estados Unidos, fica claro que a intenção do longa era exatamente a de se casar com o clima melancólico que assola muitos nessa época e, com tons de fábula e pitadas de comédia, deixar um sopro de esperança para os corações mais desesperançosos.
No entanto, a narrativa se mostra bastante exaustiva, já que a performance de Will Smith parece ter se inspirado em uma caricatura do personagem que outrora interpretou em “À Procura da Felicidade”, dado o exagero de sua percepção acerca do que é ser uma pessoa depressiva, e o esforço dos demais atores, embora consiga carregar a trama em certos momentos de alívio cômico ou de maior carga emotiva, parece se esvaecer diante da superficialidade dos diálogos, que muito se assemelham a conselhos sortidos de biscoitinhos da sorte.
De modo geral, é preciso ter em mente que o filme de David Frankel nada mais é do que uma fórmula para ser digerida sem muita reflexão: aproveite para curtir os cenários de Nova Iorque e as expressões de atores queridos pelo público, pois, caso contrário, as chances de não chegar até o fim são grandes.
Não perca a nossa cobertura do Oscar 2016 através das nossas redes sociais:
Facebook | Twitter | Filmow | G+ | Instagram | Tumblr | Pinterest | YouTube