“Baseado em Fatos Reais” é o mais recente filme de Roman Polanski, que vem mais uma vez trazendo o brilho da cultura europeia, em todo o seu glamour francês. Neste longa Polanski descreve a em profundidade uma relação emocional de duas mulheres, ou será de uma só? É complicado ao princípio você notar isso, mas ao desenrolar do longa, você vai percebendo do que se trata a história.
“Baseado em Fatos Reais” conta a história de uma escritora muito popular na frança, Delphine Dayrieux (Emmanuele Seigner) que escreve sobre seus relacionamentos pessoais, é meio que o longa deixa no ar, pois não se aprofunda nisso. Você só entende que a personagem carrega uma carga emocional fortíssima, a ponto de dizer que entraria em colapso a qualquer momento. E, de fato isso ocorre, mas de uma maneira sutil. Ela se fecha em seus sentimentos e de repetente começa a se relacionar com uma misteriosa mulher que surge do nada Elle (Eva Green), sem sobrenome nem nada. As duas começam um relacionamento aos poucos e de repente, sem a personagem principal notar, Elle está absurdamente entrando em sua rotina, e ela vai deixando de maneira bem natural. O ponto da relação começa a ficar um pouco ‘pesada’ quando você nota como Elle é rígida com sua amiga, ela se intromete, julga, força e manipula Delphine.
No decorrer de “Baseado em Fatos Reais” você nota que a relação das suas é boa mas ao mesmo tempo, ruim. É uma relação de amor e ódio. Elle ajudo muito Delphine, mas ao mesmo tempo também a prejudica, com sua personalidade imprevisível, agressiva e emocional. A partir desse enredo o filme todo se torna isso, um mix de, me ajude mas não me sufoque. A maneira como isso vai fluindo no longa é algo, que às vezes, se torna incômodo, pois o telespectador entende que as atitudes de Elle são obsessivas e estranhas.
A partir do terceiro ato, “Baseado em Fatos Reais” se torna, ao meu ver, um pouco mais ‘tenso’, pois a sensação que temos é que Elle tornou-se um perigo, forçando a protagonista a sempre se expor, afim de colocar para fora seus sentimentos. Tudo isso com o propósito de entregar o melhor a seus leitores. O longa termina deixando no ar o sumiço de Elle, dando a entender que a mesma nada mais foi que um fruto da imaginação de Delphine, pois a mesma desde a primeira cena já nos mostra sua fraqueza emocional causada pelo seu relacionamento frágil com seus filhos e namorado. Assim ela cria essa personagem que encaixa nisso, entende que Elle é sua versão que gostaria de fazer as coisas, como uma dupla personalidade. E isso é justificável, pois a mesma como dito, sofre de problemas psicológicos bem pesados.
“Baseado em Fatos Reais” se passa em Paris, com uma pontinha no interior da cidade. A cenas são bem feitas em determinados pontos. O diálogo é interessante, tirando o fato que a tradução criada no português nem sempre é a mesma para o diálogo criado no filme. O idioma é um charme a parte para os amantes do francês. A estética, seja ela das locações ou das roupas é um adendo. Realmente a França é um país inspirador. Nada mais justo ser ali, a casa dessa escritora, que encontra em seu berço, a inspiração para se entregar em sua escrita.
“Baseado em Fatos Reais” é um filme que precisa ser visto com atenção, que carrega uma carga psicológica forte, assim que você precisa digeri-lo: devagar e com muita atenção nos detalhes, pois é aqui que as peças se encaixam. Recomendadíssimo se você, assim como eu, gosta do cinema francês.
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