Sou meio suspeito para falar de adaptações dessa excelente escritora que foi Agatha Christie, mas sendo imparcial sempre se tratando de filmes, eu vou ser honesto, acredito que os fãs (até os mais severos) não ficarão desapontados com a nova versão de “Assassinato no Expresso do Oriente“, segunda adaptação da obra, a primeira é de 1974.

Assassinato no Expresso do Oriente” se baseia na primícia do livro, um trem que parte de Istambul com vários passageiros, doze precisamente, cada um com uma história diferente, cada um com sua vida e seus problemas mas, com destinos traçados, mais profundamente do que apresentado a princípio, somente no final vemos a grandeza do início de toda essa viagem. Os passageiros só começam a ser definidos a partir do terceiro ato do filme.

O enredo desenvolve-se a princípio introduzindo o detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) dentro do trem indo para resolver um caso, e mediante algumas conversas, e cenas de introdução chegamos ao início de tudo, em um determinado momento ele conversa com Edward Ratchett (Johnny Depp), ele pede a proteção do detetive, que acaba recusando, depois disso um assassinato ocorre, no meio da noite, a partir daí começa o ritmo do filme, todos passam a ser suspeitos e cada um é interrogado contando uma história com base no que o detetive pressupõe. É interessante essa parte pois é automático o fato de que nós acompanhamos a cabeça do detetive, tentamos ‘resolver’ o caso nós mesmo, com as dicas, pistas que nos são dadas, e todos são culpados até que se prove o contrário.

Assassinato no Expresso do Oriente” é (normal) de ritmo lento, mas até que nem tanto, muitos assuntos são abordados e não tem como apressar uma investigação, seja na vida real ou em uma tela de cinema. O bom desse filme é que ele te prende pela carisma dos personagens, cada um casa bem com seu papel, e o plot (enredo) está perfeito, o personagem principal, o detetive, mostra sua inteligência, e sendo um personagem caricato solta um humor elegante e rápido, educado e simples, sendo o mais cativante. Você sempre acaba se identificando com um personagem em filmes assim.

O que mais me chamou a atenção em “Assassinato no Expresso do Oriente” foi o figurino, muito bem feito, bem trabalhado, a estética é muito bonita, as cores, os sotaques, o ar internacional imposto no filme pelos países tracejados no longa. O elenco tem um peso enorme, isso sem dúvida, foi o prato principal para adequar o filme a uma história tão boa e, tão bem adaptada, o clímax total chega ao fim do longa que só o deixa melhor ainda, pois o assassino é sempre alguém inesperado, nesse é mais ainda. A maneira como tudo foi encaixado e proposto são de excelentes elogios, o final te põe no papel do detetive, levando a crer fatores de justiça baseado no certo e errado, e que deve (talvez) fazer justiça, e até que ponto e em que circunstâncias, assim que você pensa além do que vê na tela, mas como um todo…’O que eu faria se estivesse nessa situação?’.

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