Esse com toda certeza é um filme que não pode ter uma descrição leviana, levando em consideração o peso da história e a todo o universo que está atrelado. A cronologia é um pouco confusa, as aparições da freira não estão em ordem no longa e se essa franquia intitulada ‘The Conjuring Universe. Pela ordem, este filme chega primeiro, sendo passado na época de 1952, seguido de Annabelle (1955) e terminando com Invocação do Mal (anos 70). A imagem da Freira é vista em Annabelle 2 e também em Invocação do Mal. E segundo prometido esse longa é o mais aterrorizante de todos, ou pelo menos deveria.

A história mostra um padre (Demian Bichir) indo investir a morte de uma freira em uma abadia na Romênia, juntamente acompanhado da noviça, irmã Irene (Taissa Farmiga) que ainda não fez seus votos, e um francês local que conhece o lugar e que encontrou o corpo da freira, em primeiro lugar. O vaticano envia o padre para verificar se o local ainda continua sagrado ou não. E a irmã Irene tem visões desde pequena, o que acaba desenvolvendo a teor da história, achando que ainda existem freiras lá dentro do castelo, entretanto, a história é outra. De cara notamos que a o fato de termos no longa a presença de um padre e uma freira, vemos que a presença demoníaca presente no castelo não os ‘incomoda’ tanto quanto a pessoas normais, por assim dizer, pois em teoria eles sabem que entidades malignas existem e, por isso, não se ‘assustam’ tanto quanto qualquer pessoa corriqueira.

O longa promete muito susto, mas confesso que isso não ocorre, mais uma vez um caso que o trailer se mostra melhor que o filme. A história e a locação são ótimas para render um bom filme, mas acredito que um dos fatos para isso não ocorrer 100%  é pela falta da direção de James Wan, que nesse longa está só como produtor do filme. E esse é um dos pontos negativos do filme, afinal, não se muda time que está ganhando, vendo que este diretor se mostrou mais do que capaz de nos entregar ótimos filmes de terror, e ainda mais, ele foi o responsável pela renovação do gênero, que estava mais morto por assim dizer do que qualquer outra coisa. E apesar deste longa superar as pré-vendas dos seus antecessores, acredito que muitas pessoas irão se decepcionar.

Uma das razões disso é a presença física da freira. O sobre natural sempre nos dá medo pela ideia de algo que pode nos fazer mal, mas não o enxergamos, e isso é notado em Invocação do Mal. Vemos jogado no ar a ideia de maldade como uma presença invisível, que pode estar em qualquer lugar, mexendo com a nossa cabeça. Diferentemente vemos isso em a Freira, que mostra ela várias vezes, e sabendo que aquela composição é feita de maquiagens, acaba nos desapontando. Assim, Bonnie Aarons está incrível esteticamente falando, interpretando a freira, mas a ideia física e presença da mesma conversando com os protagonistas, não convence. Em alguma determinados momentos o filme sim te dá sustos, mas são sustos previsíveis demais, como o próprio fato de tirar a trilha de fundo a ponto de deixar a tensão no ar, mas automaticamente te alertando que algo ruim está para acontecer.

Taissa está incrível e faz uma ótima atuação, digna de sua irmã (Vera Farmiga) que interpreta Lorraine em Invocação do Mal. O padre em questão não agrega nem perde nada, e o francês local (Jonas Bloquet) é o pior de todos agindo como alívio cômico, o que é um absurdo em um filme de terror, tirando todo o espírito do filme. O que mais assusta em qualquer filme da franquia, é que ela são baseada em fatos verídicos, ou seja, a ideia do sobrenatural existente amedronta qualquer um, mas em a freira notamos uma liberdade criativa que fugiu disso, inventando descabíveis momentos que te perde na hora. O que e frustante é saber que temos um ótima história aqui desperdiçada por falta de cuidado. Mas não se engane, o filme não é ruim, longe disso, mas com certeza suas expectativas não serão saciadas e este acaba passando longe de ser o melhor da franquia. E o que faz dele mediano, não é a estética, nem a fotografia que por sinal são elogiáveis, pois a atmosfera dark e tenebrosa sempre está presente. Mas a má composição do desenvolvimento do personagem em si (a freia) fez com que o filme se perdesse em um longa arrastado sem cenas de arrepiar e tampouco com bom desenvolvimento dos atores. Enfim, o hype que muitos tem ao tentar ver o longa pode se decepcionar pela falta de um diretor mais apropriado para contar esse história, ou seja, deixa na mão de quem sabe fazer.

 

 

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