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Tem algum tempo que não escrevo sobre cinema, mas ontem vi “Cidades de Papel” e me encontrei diante de algumas reflexões sobre o curso dos coming of ages no cinema americano. Essa nova safra de filmes adolescentes me parece realmente interessada em compreender a natureza juvenil e remodelar sua própria linguagem, como os melhores exemplares dos anos 90 e início dos anos 2000 o fizeram. E esse frescor que o gênero voltou a ter se deve muito a imprescindível leveza que filmes como “Cidades de Papel” tem tido na construção de seus personagens.

CineOrna | Cidades de Papel - PÔSTER

Embora limitado em sua amplitude, devido ao fato de ser uma adaptação de um best seller do John Green, me cativa muito como Jake Schreirer encontra sempre em elementos pré concebidos uma maneira de relacioná-los aos sentimentos e ações daqueles adolescentes. Se por vezes vemos a câmera se mover num travelling em slow motion numa cena com uma canção pop ao fundo é porque existe uma compreensão do tempo sendo dilatado que cabe à dimensão de tal sequência. E o fato de Schreier misturar vários elementos de gêneros também, desde uma sequência  misteriosa num antigo armazém abandonado ao alívio cômico de ter os personagens cantando o tema de Pokémon, ou dum diálogo sobre a sua trajetória no ensino médio e as incertezas do futuro na universidade e da própria amizade entre eles, se estabelece um ensaio fílmico afim de resgatar aquele sentimento nostálgico dos filmes do John Hughes, que até hoje dizem muito sobre a vida adolescente.

Para além desse olhar compreensivo que Schreier lança para as problemáticas daqueles personagens, em especial os masculinos, é excepcionalmente sobre as figuras femininas que o filme encontra seu real poder dialético. Não precisamente através da desconstrução de clichês e estereótipos, mas por simplesmente não idiotizá-las ou colocá-las como seres meramente sentimentais, encontramos um contraponto (a mitologia da personagem da Cara Delevingne quase como se ela tivesse saído de uma canção da Taylor Swift) bastante revolucionária pro que se espera para o futuro da linguagem do gênero e sua renovação diante de novos tempos onde o respeito e a empatia se tornam catalisador de toda a essência da auto estima.

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