“A Chegada” é o mais recente filme Sci-Fi, desde o lançamento de “Independence Day: O Ressurgimento“, lançado em junho desse ano. Distribuído pela Sony, que fez questão de mostrar algo bem diferente do que estamos acostumados com filmes desse gênero, um longa muito mais elaborado e bem roteirizado, bem dirigido e como não, bem produzido.

A crítica americana adorou o filme, é só você dar uma olhada para entender o que estou falando, pois bem, Denis Villeneuve (“Sicário: Terra de Ninguém“) dá ao filme uma qualidade única, pelo seu atrativo intelectual, me explico, o filme é uma charada de desafios intelectuais e inteligentes sobre entendimento de formas desconhecidas, interpretação de texto, gesto, comunicação e por aí vai.

O longa narra a história de um dia normal, como qualquer outro para a humanidade, quando de repente doze naves pousam ao redor do globo, os humanos por sua vez começam a tentar entender o porquê da localização específica de cada nave, suas formas, entre outras curiosidades. Amy Adams, ótima como sempre, interpreta uma professora de universidade, uma professora de comunicação/tradutora, que aliás é uma das melhores dos Estados Unidos, ela e Jeremy Renner (também outro especialista em comunicação) tem como objetivo tentar entender o que eles querem.

O interessante de “A Chegada” é como ele se afasta do que esperamos ver de filmes assim, a grande arte clichê de ‘guerra entre mundos’, alienígenas dizimando terráqueos e por sua vez a humanidade contra-atacando. Não, não é isso que você vai encontrar aqui, esse é um longa basicamente sobre ‘entendimento’, sobre como o trabalho desses dois comunicadores é importante para decifrar o que eles fazem e querem na terra, e apesar da raça alienígena ser pacífica, o clichê da humanidade logo se mostra, tudo o que o ser humano não entende ele nota e vê como uma ameaça, e por sua vez quer atacar, como uma criança birrenta que se sente ameaçada por outra.

“A Chegada” tem uma excelente estética, linda de se ver, o formato da naves está bem curioso, a estética dos alienígenas é bem bacana (algo que sempre chama atenção nesse gênero), eles se comunicam com formas de expressão parecidas com um polvo, uma espécie de tinta que parece mais fumaça do que qualquer outra coisa. O filme é uma aula de interpretação, e no decorrer do mesmo, nota-se que paciência também não é uma virtude do ser humano. O elenco está ótimo e cada um faz seu papel muito bem. O final do longa é mais quebra-cabeça, abre novos entendimentos e faz você entender que terá que ver várias vezes o filme para um entendimento mais profundo. De qualquer maneira apesar de fugir do esperado de um filme assim, “A Chegada” surpreende por sua inteligência e bom roteiro. Para quem gosta é uma ótima pedida.

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