CineOrna

Poucas produções cinematográficas quando sequencias tem a capacidade de superar os filmes que as originaram. Só nos últimos anos podemos fazer uma longa lista, contendo desde “Se Beber Não Case” até “Indiana Jones“. Apesar de algumas opiniões controversas quanto a “Homem de Ferro 3“, a Marvel tem conseguido com sucesso ficar fora desta difamada lista, e com “Capitão América 2: O Soldado Invernal“, não é diferente.

Se “Thor: O Mundo Sombrio” continuou usando o humor do primeiro filme do deus nórdico do trovão e aumentou bem a dose de ação de suas cenas e personagens, “Capitão América 2: O Soldado Invernal” continua usando da trama investigativa em volta de empresários e governantes e também aumenta sua dose de ação, agora que Capitão possui colegas poderosos em sua frente de batalha. Com o protagonista muito bem apresentado no filme anterior e desenvolvido em “Os Vingadores“, o roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely pôde se focar em uma nova aventura para o herói, que agora já está mais acostumado com o século XXI e pronto para defender mais uma vez sua pátria amada, custe o que custar.

Na S.H.I.E.L.D, Capitão América (Chris Evans) segue sob as orientações de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e os olhos atentos de Maria Hill (Colbie Smulders), enquanto reencontra Viúva Negra (Scarlett Johansson), quem se mostra a parceria perfeita para uma boa briga. Entre os novos rostos estão o presidente da S.H.I.E.L.D e amigo de longa data de Fury, Alexander Pierce (Robert Redford), e o Falcão Negro (Anthony Mackie), ex-soldado de guerra pronto para dar uma forcinha quando necessário. O inimigo desta vez é aquele do título, o Soldado Invernal (Sebastian Stan), tão forte e aparentemente imortal quanto o próprio Capitão América, ele incorpora o perfeito nêmeses do herói, vindo diretamente do passado a comando de um misterioso vilão.

Apesar da comédia em toques de humor pontuais não ficam de fora de “Capitão América 2: O Soldado Invernal“, como já se tornou de praxe nas produções da Marvel, é inegável a atenção dada pela produção à grandiosidade e poder de uma trama ágil com cenas de ação exuberantes. Cenas estas, tanto as compostas por computação gráfica quanto as compostas por lutas de todos os tipos, que geram grande efeito na tela, e não apenas pela qualidade visual, mas também pela qualidade sonora e pela química evidente entre os atores Chris Evans e Scarlett Johansson.

Este não é o primeiro filme em conjunto da dupla, mesmo fora da casa Marvel, e os dois mostram mais uma vez formarem uma dupla explosiva. Fato que deve ter deixado o trabalho de Anthony Mackie, de entrar na brincadeira e formar dali um trio, ainda mais difícil. Com o talento do ator e habilidade para o gênero, porém, Mackie mostrou que missão dada é missão cumprida e, juntos, os três comandam algumas das cenas mais empolgantes do filme.

Fora o trio de heróis, é interessante ver o lado negro de Sebastian Stan, em uma versão 2.0 de seu personagem apresentado no primeiro filme. Ainda mais requisitado desta vez, principalmente nos quesitos físicos, o ator também não deixa nenhum pouco a desejar na hora de colocar a mão na massa. Mas bom mesmo é ver o ícone Robert Redford, intérprete de personagens clássicos como Sundance Kid e Jay Gatsby, aproveitar sua volta às telonas para embarcar de cabeça em uma superprodução comercial como esta.

Entretenimento de primeira linha, elementos técnicos para ninguém colocar defeito e uma jornada repleta de pontos altos e baixos, “Capitão América 2: O Soldado Invernal” traz o público para ainda mais perto deste que é um dos heróis que carregam o Universo Marvel atualmente. O filme sucede ainda ao funcionar como parte de um grande quebra-cabeça produzido pela Marvel nos últimos e nos próximos anos. A empatia cresce, a empolgação aumenta e o que fica é a ansiedade para o próximo capítulo desta jornada maluca que a dona de grande parte dos quadrinhos mais queridos de todos os tempos inventou e continua criar nos cinemas.