Elysium” pode ser considerado a segunda metade de um díptico, se unindo com o inesperado sucesso crossover “Distrito 9“, de 2009. Mas já não é ousado demais afirmar que o filme estrelado por Matt Damon é na verdade o ponto intermediário de uma trilogia que já está ensaiando sua conclusão,mais uma vez, com Sharlto Copley ao lado do diretor. É interessante perceber o que alinhava a trilogia e utilizar essa linha de pensamento para traçar tendências no capítulo futuro. Nesse espírito, duas teorias podem ser pensadas. A primeira está na superfície. “Distrito 9” e “Elysium” são trabalhos metafóricos tão sutis quanto o trabalho de gramática do seu irmão mais novo. Blomkamp usa a ficção-científica e os trejeitos de sua linguagem para fazer comentário social sobre problemas do mundo real. Em “Distrito 9“, era o Apartheid e a tensão racial na África do Sul, país de origem do diretor. Em “Elysium“, Neill ousa sair de casa e ampliar seu escopo para os conflitos fronteiriços dos EUA e da América Central, com a imigração ilegal em foco.

 

O ano é 2154, quando a super-população tornou impossível ter qualidade de vida na Terra mesmo para os mais afortunados. A solução óbvia para os incomodados foi se mudar, e assim foi construído Elysium, um paraíso artificial que orbita nosso planeta, onde os ricos puderam manter o estilo de vida desejado com suas mansões e festas sem ter que conviver com a pobreza de dezenas de bilhões de pessoas. Mas para manter este estilo de vida, alguns “sortudos” na Terra precisam ter seus subempregos em fabricas para suprir Elysium de seus bens de consumo. Max (Matt Damon), depois de um grave acidente de trabalho, se vê ferido, doente e com os dias contados. No hospital, reencontra Frey,uma amiga de infância cuja filha sofre de um caso terminal de leucemia. Tanto ele quanto a menina só têm chances de sobrevivência se forem tratados em Elysium, que tem leis muito restritas de imigração, assim como os Estados Unidos dos dias atuais: muitos tentam entrar ilegalmente na estação espacial, mas poucos sobrevivem à implacável vigia, comandada com mão de ferro por uma ministra xenófoba, vivida por Jodie Foster.

 

 

Na tentativa de encontrar uma forma de fazer a travessia espacial, Max recorre a Spider (Wagner Moura, em ótima atuação), um misto de hacker, capaz de quebrar todo e qualquer código, e coiote, que promove o tráfico de humanos que querem arriscar entrar clandestinamente em Elysium. Wagner Moura, marinheiro de primeira viajem em Hollywood está excelente e tem um papel importante na trama. Muita coisa da historia é explicada pela boca do seu personagem Spider nos diálogos com Matt Daimon (Max). Alice Braga (Frey) aparece bem na historia e faz o filme ficar um pouco mais emocionante. Parabéns para os nossos brasileiros. Fica um pouco difícil falar de “Elysium”  sem dar spoiler, então o que posso dizer é que é um filme que tem tudo para agradar a maioria que assistir, de fãs de Wall-e a games como Halo, principalmente os que gostam de ficção científica mas, caso explosões, armas futurísticas e mundo apocalítico não seja a sua praia, acredito que a critica politica social por trás do filme faça você considerar pelo menos o ingresso que pagou. “Elysium”  não deixa de ser um filme pipoca e para grande publico, mas é um filme inteligente que vai além do entretenimento. Como Wagner Moura falou em uma das suas entrevistas: “é importante que um filme de publico não seja um filme bobo”.

 

Crítica:

01 | “Elysium por Isabele Orengo

02 | “Elysium por Carlos Pedroso

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