Depois do frustrante “O Ritual”, – thriller metódico sobre entidades paranormais e exorcismos – com Anthony Hopkins, o diretor Mikael Hafström volta às telonas reunindo dois ícones do cinema hollywoodiano de ação, Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger, numa nova tentativa de ser levado a sério. O resultado de “Rota de Fuga”, todavia, se resume expressamente em ser um festival de jargões prontos, com aparência de um final de temporada broxante de qualquer série policial que remeta à sua premissa.
Emprestando seu enredo de “Escape From Alcatraz” (estrelado por Clint Eastwood), e de mais um monte de referências aleatórias para a construção dos personagens, “Rota de Fuga” é um thriller de ação com pitadas de comédia sobre um engenheiro estrutural (Stallone) que ganha a vida provando que pode fugir de qualquer design de prisões projetado nos Estados Unidos. Seu talento é botado em questão quando uma espécie de agência secreta acaba armando contra ele e o mandando para o meio do Oceano, numa prisão desenhada com a mais sofisticada segurança prisional, tendo, então, a (quase) impossível tarefa – com a ajuda de seu parceiro (Schwarzenegger) – de sair de lá com vida. Fragilizado quanto aos questionamentos sobre o tratamento dado aos prisioneiros e a conspiração motivada por leis imorais contra a maldade absoluta dos mesmos, o filme de Hafström perde qualquer valor crítico que seja quando se deixa levar pelo narcisismo da trama, que se quer ser perspicaz, ou por explorar o interior de seu protagonista viabilizando uma intenção funcional à narrativa. Qualquer intenção de construir um estudo didático sobre esse universo marginal é desmembrada pela falta de tato com os detalhes concebidos aos personagens e principalmente por sua imparcialidade adjunta à abordagem narrativa. O que resta em “Rota de Fuga” é apenas o alívio cômico das situações que dois senhores como Stallone e Schwarzenegger se metem para escapar de tal lugar.
Sem compreender a atmosfera cinematográfica que tais personas (Stallone e Schwarzenegger) podem beneficiar quanto à construção de uma trama inteligente, o que se observa nesse cinema de Mikael Hafström é a escolha por caminhos “fáceis”, que possivelmente não serão identificados pelos espectadores, mas que em longo prazo tornarão o filme bem menos eficaz do que sua primeira impressão apresenta.
Não deixe de conferir as novidades do CineOrna através das nossas redes sociais:
Facebook | Twitter | Filmow | G+ | Instagram | Tumblr | Pinterest